🌲 Plantas que “fabricam ouro”? Cientistas descobrem pinheiros com metal nas folhas

Pesquisadores da Universidade de Oulu, na Finlândia, descobriram pinheiros capazes de acumular nanopartículas de ouro em suas folhas. O fenômeno, provocado por bactérias que vivem dentro das plantas, pode ajudar a identificar áreas ricas em metais preciosos de forma natural e sem impacto ambiental

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Dinheiro pode até não nascer em árvore — mas ouro, aparentemente, sim. Um estudo realizado por cientistas da Universidade de Oulu, na Finlândia, revelou que pinheiros próximos à maior mina de ouro da Europa, em Kittilä, possuem traços microscópicos do metal precioso em suas folhas.

A pesquisa, publicada na revista Environmental Microbiome, analisou 138 amostras de folhas agulhadas de 23 pinheiros, e encontrou partículas de ouro em quatro delas. As nanopartículas medem cerca de um milionésimo de milímetro, invisíveis a olho nu — mas suficientes para intrigar a comunidade científica.

✨ O ouro que veio das folhas

A ecóloga Kaisa Lehosmaa, coautora do estudo, explicou que as partículas foram encontradas presas às folhas e associadas a comunidades de bactérias endofíticas — microrganismos que vivem dentro das plantas sem causar doenças.

Essas bactérias desempenham um papel fundamental: separam o ouro solúvel presente na água do solo e o transformam em partículas sólidas, num processo chamado biomineralização.

“Essas bactérias conseguem cristalizar o ouro dentro dos tecidos das plantas, formando minúsculos depósitos naturais”, explicou Lehosmaa.

🌿 As “agulhas douradas”

As folhas em forma de agulha dos pinheiros — responsáveis por absorver a água e os nutrientes — foram o ponto-chave da descoberta.
Usando microscópios de alta resolução, os cientistas encontraram pequenas estruturas brilhantes, envoltas por biofilmes bacterianos, formados por espécies como Cutibacterium, Corynebacterium e P3OB-42.

Essas comunidades bacterianas não só ajudam a proteger a planta, como também transformam metais dissolvidos em nanopartículas sólidas, funcionando como microfábricas de ouro natural.

🪙 Detector biológico de metais

Os pesquisadores perceberam que as bactérias eram mais comuns justamente nas folhas que continham ouro. Isso indica que identificar esses microrganismos pode ajudar a localizar depósitos subterrâneos de metais preciosos.

Em vez de escavar o solo em busca de minas, bastaria analisar as folhas — transformando as árvores em “detectores biológicos” de ouro.

“As folhas podem indicar onde o ouro está escondido sob o solo, sem causar danos ambientais”, destacou Lehosmaa.

💡 Valor simbólico (mas científico)

Antes que alguém pense em enriquecer com um pinheiro no quintal, vale o alerta: a quantidade de ouro encontrada é microscópica e sem valor comercial. O verdadeiro tesouro está no conhecimento — compreender como a natureza manipula metais nobres de forma limpa e eficiente.

O estudo pode abrir caminho para métodos de prospecção mineral sustentáveis, diminuindo o impacto ambiental das minas tradicionais e unindo ecologia, geologia e biotecnologia.

🔬 Natureza e tecnologia lado a lado

O fenômeno reforça a ideia de que a natureza é uma engenheira química incomparável.
Entender processos como a biomineralização pode ajudar no desenvolvimento de nanotecnologias verdes, sensores ambientais e sistemas naturais de purificação de metais.

🌳 O brilho da vida

O abeto-da-noruega, conhecido mundialmente como árvore de Natal, agora também é símbolo de um elo entre vida e metal. Sob suas folhas verdes, a natureza guarda o segredo de transformar o invisível em visível — e de provar que, no fundo, a Terra ainda sabe produzir ouro, mesmo quando a gente acha que já descobriu tudo.

🎥 Reprodução / PaiquereFMNews.com.br

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