💍 Tesouros no brechó? Joias de R$ 115 podem ter mais de 1.000 anos
Um brechó no Canadá colocou à venda anéis e medalhões por apenas R$ 115, sem imaginar que poderiam ter origem medieval. As peças, agora sob estudo na Simon Fraser University, podem datar do fim do Império Romano — e viraram caso de investigação acadêmica

Imagina entrar num brechó e encontrar joias que podem ter mais de mil anos de idade. Foi o que aconteceu na cidade de Chilliwack, na Colúmbia Britânica, no Canadá. Um conjunto com 11 anéis e 2 medalhões chegou como doação em 2024, foi colocado à venda por cerca de R$ 115 cada, e quase desapareceu nas mãos de algum cliente sortudo.
Mas o destino interveio: um freguês com olhar de arqueólogo percebeu que aquelas peças não eram simples bijuterias e avisou a gerência. O alerta salvou o achado, que agora está sob os cuidados do Museu de Arqueologia e Etnologia da Simon Fraser University (SFU), onde se transformou em um estudo de caso digno de filme.
🏺 Do cabide ao laboratório
As joias estavam expostas no Thrifty Boutique, brechó que apoia a Chilliwack Hospice Society. Assim que recebeu o alerta, a gerente retirou as peças das prateleiras e procurou especialistas. Em setembro de 2025, a SFU anunciou que incorporaria temporariamente o conjunto ao acervo para análises arqueológicas detalhadas.
Veículos como a Smithsonian e The Art Newspaper revelaram que as peças chegaram a ser etiquetadas para venda e só escaparam do anonimato graças ao cliente de olhar afiado.
🔍 O que os cientistas já descobriram
Segundo a arqueóloga Sabrina Higgins, da SFU, o estilo, as técnicas e os motivos visuais indicam que as joias podem ser do período pós-romano ou medieval inicial. No entanto, apenas exames laboratoriais — como análise de ligas metálicas, iconografia e marcas de uso — poderão confirmar a origem.
Um dos medalhões chamou atenção especial por conter um cristograma, monograma que representa o nome de Jesus Cristo, típico de contextos cristãos da Antiguidade Tardia. Pesquisadores também pretendem usar fluorescência de raios X e microscopia de superfície para determinar idade e procedência.
⚖️ O dilema da procedência
A SFU ressaltou que, normalmente, não aceita artefatos sem documentação de origem, já que muitos podem ter sido saqueados ou comercializados ilegalmente. No entanto, a universidade decidiu assumir a custódia temporária para evitar que o conjunto fosse parar no mercado privado — e garantir que o estudo e eventual repatriação sejam feitos com responsabilidade.
🎓 Um curso inteiro sobre o mistério
As joias inspiraram a criação de uma nova disciplina acadêmica na SFU, que será lançada no outono de 2026. Os alunos vão investigar a origem, datação e função das peças, combinando pesquisa de arquivo, análise iconográfica e exames físico-químicos.
Mesmo que as joias se revelem falsificações modernas, o caso já se tornou uma aula completa sobre autenticação de artefatos, ética arqueológica e curadoria responsável.
🗞️ A história que rodou o mundo
Smithsonian destacou o estilo “achado de ouro no brechó” e o envolvimento dos pesquisadores.
The Art Newspaper detalhou o processo de retirada das peças e o contato com a SFU.
SFU News publicou o comunicado oficial, mostrando o conjunto completo.
Portais locais, como CityNews e Global News, acompanharam o caso e a parceria com especialistas.
No fim, o episódio mostra que até em uma prateleira comum de brechó podem estar escondidos fragmentos da história humana — e que, às vezes, um olhar atento vale mais que mil etiquetas de preço.
🎥 Reprodução / PaiquereFMNews.com.br