Após tornados no Paraná, Simepar explica diferenças entre tornado, ciclone e furacão
Fenômenos têm origens, escalas e impactos distintos; tornados são mais localizados e ciclones podem atingir áreas inteiras

A passagem de três tornados pelo Paraná no início de novembro, que deixou mortos e causou prejuízos em 11 municípios, despertou a curiosidade da população sobre as diferenças entre tornados, ciclones e furacões. A explicação foi detalhada por meteorologistas do Simepar.
Segundo os especialistas, a principal diferença entre ciclones e tornados está no tamanho e no tempo de duração. Os ciclones são sistemas atmosféricos de baixa pressão, com ventos que giram em espiral ao redor de um centro. No Hemisfério Sul, essa rotação ocorre no sentido horário, influenciada pela força de Coriolis. São fenômenos de grande escala, podendo atingir centenas ou até milhares de quilômetros, e durar vários dias.
No Sul do Brasil, os ciclones mais comuns são os extratropicais, associados ao encontro de massas de ar quente e frio e à formação de frentes frias, responsáveis por chuvas, ventos fortes e queda de temperatura. Já os ciclones subtropicais são menos frequentes e apresentam características intermediárias entre os extratropicais e os tropicais.
Os ciclones tropicais, quando muito intensos, recebem nomes diferentes conforme a região do planeta, como furacões ou tufões. Apesar da nomenclatura variar, trata-se do mesmo fenômeno. No Atlântico Sul, a formação desse tipo de sistema é rara devido às temperaturas mais baixas do oceano. O único caso registrado foi o furacão Catarina, em 2004, que atingiu o Sul do Brasil.
Os tornados, por sua vez, são fenômenos muito menores e extremamente concentrados. Eles se formam a partir de tempestades severas, especialmente supercélulas, e podem ter ventos superiores aos de um furacão, embora afetem áreas bastante restritas e durem apenas alguns minutos.
De acordo com o Simepar, a região Centro-Sul da América do Sul, especialmente o oeste dos estados do Sul do Brasil, concentra cerca de 70% dos tornados registrados no país. Essa maior ocorrência está relacionada à influência da Cordilheira dos Andes e ao encontro frequente de massas de ar quente e úmido com ar frio, o que aumenta a instabilidade atmosférica e favorece a formação desses fenômenos extremos.

