Arrecadação por produção de petróleo, xisto e gás natural cresceu 106% no Paraná em 2024
Os royalties pela exploração de recursos minerais movimentaram R$ 172,4 milhões no ano passado, aumento significativo em relação a 2023 (R$ 83,42 milhões). Já a compensação financeira pela extração de minérios como rochas carbonáticas, brita e areia cresceu 17,7% em 2024. As informações são do Informe Mineral 02/2025, divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Instituto Água e Terra

Os royalties da exploração de petróleo, xisto e gás natural movimentaram R$ 172,4 milhões no Paraná em 2024, um aumento de 106,7% se comparado com os R$ 83,42 milhões arrecadados em 2023. O levantamento, divulgado nesta segunda-feira (12), consta no Informe Mineral 02/2025, produzido pela Diretoria de Gestão Territorial do Instituto Água e Terra (IAT), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest). Desse valor, de acordo com a legislação vigente, R$ 104,80 milhões (60,8%) foram distribuídos para cinco municípios, os polos produtores: Araucária, com R$ 75,4 milhões (72%); São Mateus do Sul, com R$ 19,2 milhões (18,4%); Guaratuba, com R$ 7,1 milhões (6,8%); Campo Largo, com R$ 2,33 milhões (2,2%); e Pitanga, com R$ 653 mil (0,6%). O Governo do Estado arrecadou R$ 67,59 milhões (39,2%).
Araucária, Guaratuba e Campo Largo receberam os royalties por possuírem estruturas ligadas à indústria do petróleo, como terminais de tancagem e armazenamento, além de instalações de embarque e desembarque. Já nos outros dois municípios, os royalties são pela exploração de minérios, sendo eles o xisto, em São Mateus do Sul, e o gás natural em Pitanga. O relatório aponta também que a compensação financeira pela extração de minérios como rochas carbonáticas, brita e areia foi outra área que cresceu no ano passado. A arrecadação da chamada Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) foi de R$ 36,35 milhões em 2024, um incremento de 17,7% em relação aos R$ 30,88 de 2023. Além disso, a taxa de aumento foi superior aos índices da arrecadação nacional da CFEM do mesmo ano, que cresceram em 8,4%.
Ao todo, o recolhimento da CFEM no Paraná foi verificado em 193 municípios, por 535 empresas em 1.258 títulos minerários concedidos pela Agência Nacional de Mineração (ANM). A maior parte da arrecadação (46%) ficou concentrada em seis municípios: Rio Branco do Sul, com R$ 6,34 milhões (17,5%); Campo Largo, com R$ 3,98 milhões (11%); Almirante Tamandaré, com R$ 2,28 milhões (6,3%); Adrianópolis, com R$ 1,48 milhão (4,1%); São José dos Pinhais, com R$ 1,32 milhão (3,6%); e Cerro Azul, com R$ 1,3 milhão (3,6%). O valor arrecadado pelo CFEM é dividido entre o Governo do Estado (15%), municípios locais produtores (60%), municípios afetados pela atividade (15%) e órgãos do governo federal (10%), como a Agência Nacional de Mineração (ANM), o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
SUBSTÂNCIAS – Dos títulos minerários em exploração por substância mineral no Paraná em 2024, a maioria foi para a mineração de areia (41,6%) e de rochas para a produção de brita e revestimento (19,6%), ambas destinadas, principalmente, para uso direto na construção civil e às indústrias de artefatos de concreto e cimento. Em seguida, figura a exploração de argilas (11,8%) utilizadas principalmente para a fabricação de cerâmica vermelha (tijolos e telhas) e de rochas carbonáticas (10,8%), em especial para a produção de cimento, cal e corretivo agrícola. Fecham a lista a fluorita, destinada a indústria química e na siderurgia/metalurgia; o carvão mineral, utilizado para a geração de termoeletricidade; o saibro e o cascalho, para revestimento de estradas; o filito, usado principalmente na produção de cimento; e talco, pirofilita e feldspato, matérias-primas na indústria de cerâmica branca.
AQUÍFERO KARST – Outro destaque do informe é a exploração das rochas carbonáticas para a produção de corretivo agrícola e cal sobre a área do principal aquífero da Região Metropolitana de Curitiba, o aquífero Karst, região com uma grande importância tanto para o abastecimento público quanto para o fornecimento de insumos para a indústria mineral. Concentrada principalmente nos municípios de Almirante Tamandaré, Colombo, Rio Branco do Sul e Itaperuçu, a extração mineral na região em 2023, dado mais recente disponível, viabilizou a produção de 7,86 milhões de toneladas de corretivo agrícola e o abastecimento da indústria produtora de cal, assim como a exploração de 19,8 milhões de metros cúbicos de água subterrânea pela Sanepar. Com informações da AEN.