Um crime ocorrido há quase 50 anos foi oficialmente solucionado pelas autoridades dos Estados Unidos. A jovem Judith Lord, de 22 anos, encontrada morta em 20 de maio de 1975 em seu apartamento no complexo residencial Concord Gardens, em Concord, New Hampshire, teve seu assassino finalmente identificado após a reabertura do caso com técnicas modernas de perícia.

Judith foi encontrada estrangulada, com sinais de luta violenta e agressão sexual. Seu filho, então com cerca de 20 meses, foi localizado ileso no berço, em outro cômodo do apartamento. Desde o início das investigações, um vizinho da vítima, Ernest Theodore Gable, era considerado o principal suspeito.

À época, havia impressões digitais de Gable na janela do apartamento, além de relatos de que Judith demonstrava medo do vizinho devido a investidas e comportamento agressivo. No entanto, a investigação foi interrompida após uma análise microscópica de fios de cabelo — método comum na década de 1970 — indicar que os cabelos encontrados na cena não pertenciam a ele. Sem provas conclusivas, Gable nunca foi formalmente acusado, e o caso acabou arquivado.

DNA moderno mudou o rumo da investigação

Décadas depois, a unidade de casos antigos (cold cases) de New Hampshire reabriu o inquérito. Amostras biológicas preservadas desde 1975, incluindo fluido seminal encontrado em toalhas da cena do crime, passaram por novos exames de DNA.

Os resultados foram conclusivos: o material genético correspondia a Ernest Theodore Gable. Com a reavaliação de todas as evidências — vestígios biológicos, impressões digitais e depoimentos de testemunhas — as autoridades confirmaram que ele foi o responsável pelo assassinato de Judith Lord. O caso foi então oficialmente encerrado como solucionado.

Erro forense impediu justiça por décadas

Especialistas destacam que a comparação microscópica de cabelos, amplamente usada nos anos 1970, hoje é considerada cientificamente falha e já foi responsável por inúmeros erros judiciais. No caso de Judith, essa limitação da perícia impediu que o suspeito fosse responsabilizado à época.

Ernest Theodore Gable, no entanto, não poderá ser julgado. Ele foi morto em 1987, em Los Angeles, vítima de esfaqueamento.

Encerramento tardio

Para as autoridades, a resolução representa um fechamento necessário para a família da vítima e para a comunidade de Concord, que aguardavam respostas havia quase meio século. Mesmo sem a possibilidade de julgamento, a identificação definitiva do autor trouxe um desfecho ao caso e reforçou a importância da ciência forense moderna na revisão de crimes antigos.

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