Astrônomos explicam por que o cometa interestelar 3I/ATLAS não representa risco à Terra — e o que aconteceria em um impacto hipotético

O cometa 3I/ATLAS, terceiro objeto interestelar confirmado a passar pelo Sistema Solar, não tem qualquer chance de colisão com a Terra, segundo NASA, ESA e observatórios internacionais. A menor aproximação será de cerca de 270 milhões de quilômetros, do lado oposto ao Sol. Ainda assim, cientistas simulam impactos teóricos para compreender os efeitos de um eventual choque com objetos desse porte

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O cometa 3I/ATLAS, descoberto em 2024, ganhou destaque internacional por ser apenas o terceiro objeto interestelar confirmado a visitar o Sistema Solar. A curiosidade científica também veio acompanhada de especulações sobre um possível risco de impacto com a Terra, prontamente descartadas por todas as agências espaciais envolvidas.

De acordo com análises da NASA e da Agência Espacial Europeia (ESA), o 3I/ATLAS segue uma órbita hiperbólica — típica de objetos que não pertencem ao Sistema Solar. Isso significa que ele apenas cruza a região solar interna antes de retornar ao espaço interestelar, sem ser capturado pela gravidade do Sol.

Cálculos do Laboratório de Dinâmica do Sistema Solar da NASA (JPL) mostram que a menor distância entre o cometa e a Terra será de cerca de 1,8 unidades astronômicas, o equivalente a aproximadamente 270 milhões de quilômetros. Além disso, no momento de maior aproximação relativa, o objeto estará do lado oposto ao Sol, eliminando qualquer possibilidade de colisão.

A ESA reforça que não há interseção entre a trajetória do cometa e a órbita terrestre, indicando risco nulo tanto no presente quanto no futuro próximo.

Composição e características

Observações feitas com o telescópio Hubble estimam que o núcleo do 3I/ATLAS tenha entre 440 metros e 5,6 quilômetros de diâmetro — uma variação ligada à incerteza sobre sua refletividade. Já medições realizadas pelo Telescópio Espacial James Webb revelam que sua coma é dominada por dióxido de carbono (CO₂), com proporções muito superiores às encontradas em cometas típicos do Sistema Solar.

Essa diferença sugere que o objeto se formou em uma região extremamente fria, possivelmente distante da estrela-mãe que o originou. Pesquisadores também registraram pequenas acelerações não gravitacionais associadas à ejeção de jatos de CO₂, um comportamento comum em cometas ativos.

O que aconteceria se colidisse com o planeta?

Embora não exista qualquer risco real, cientistas usam modelos computacionais para estimar impactos hipotéticos. Se um objeto entre 0,4 km e 5,6 km atingisse a Terra a velocidades superiores a 60 km/s, poderia produzir efeitos como:

  • ondas de choque de alcance global;

  • tsunamis de grande porte, caso o impacto fosse oceânico;

  • incêndios regionais ou continentais;

  • injeção massiva de poeira na atmosfera, reduzindo a luz solar e desencadeando um possível “inverno de impacto”.

Essas simulações se baseiam em estudos do Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra (CNEOS/NASA) e de grupos especializados em impactos planetários. Apesar disso, tratam-se apenas de exercícios teóricos, já que o 3I/ATLAS não está em rota de colisão.

Interesse científico

Para astrônomos, o valor do 3I/ATLAS não está em ameaças, mas na oportunidade única de estudar um corpo vindo de outro sistema estelar. Observar sua composição, atividade e trajetória ajuda pesquisadores a comparar processos de formação planetária em diferentes regiões da galáxia.

O consenso entre NASA, ESA, STScI e observatórios de vários países é claro:
o cometa é seguro, sua órbita é bem conhecida e ele deixará o Sistema Solar após sua passagem pelo periélio.

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