Astrônomos registram primeira imagem direta de um filamento da teia cósmica, a estrutura que molda o Universo

Equipes internacionais de astronomia registraram pela primeira vez a imagem direta de um filamento da teia cósmica — a rede gigantesca de gás e matéria escura que conecta galáxias no Universo. A observação foi feita pelo instrumento MUSE, do Very Large Telescope (VLT), no Chile, e mostra um filamento de cerca de 3 milhões de anos-luz entre duas galáxias ativas que existiam quando o Universo tinha 2 bilhões de anos

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Astrônomos registraram pela primeira vez uma imagem direta de um filamento da chamada teia cósmica, a estrutura em larga escala que organiza a distribuição de matéria no Universo. O feito foi alcançado com o instrumento Multi-Unit Spectroscopic Explorer (MUSE), instalado no Very Large Telescope (VLT), operado pela European Southern Observatory (ESO) no Chile. A descoberta foi anunciada por equipes internacionais e divulgada por instituições especializadas em pesquisa astronômica.

O filamento observado tem aproximadamente 3 milhões de anos-luz de extensão e conecta duas galáxias ativas que existiam quando o Universo tinha cerca de dois bilhões de anos. Essas galáxias abrigam buracos negros supermassivos que emitiram radiação suficiente para iluminar o gás extremamente raro presente no filamento. A emissão era tão fraca que somente centenas de horas de observação contínua permitiram separar o sinal real do ruído de fundo.

A captura foi possível graças à capacidade do MUSE de registrar imagens e espectros simultaneamente. O instrumento consegue distinguir a luz emitida pelo hidrogênio intergaláctico de outras fontes luminosas, permitindo mapear o brilho tênue que, por décadas, dificultou a detecção direta da teia cósmica. De acordo com a ESO, o resultado representa o mapa mais detalhado já obtido de um filamento intergaláctico em grande profundidade cosmológica.

A teia cósmica, prevista pelos modelos cosmológicos conhecidos como ΛCDM, descreve o Universo como uma vasta rede de filamentos formados por gás e matéria escura que conectam galáxias e aglomerados, deixando entre eles grandes regiões vazias. Esses filamentos atuam como “rodovias cósmicas”, conduzindo gás para as galáxias e alimentando a formação estelar. A nova imagem fornece evidência observacional direta desse processo, algo que antes só havia sido visto em simulações.

Os dados obtidos também permitiram identificar, pela primeira vez, a transição entre o gás pertencente às galáxias e o gás distribuído ao longo do filamento intergaláctico. Essa fronteira é fundamental para comparar observações reais com modelos teóricos que descrevem como as estruturas cósmicas evoluíram desde o início do Universo. A ESO classificou o feito como um marco importante para a cosmologia moderna.

As equipes envolvidas afirmam que o registro inaugura uma nova etapa de estudos que deverão mapear outros filamentos com instrumentos de alta sensibilidade. O objetivo é entender como o gás circula pela teia cósmica, como a matéria escura influencia esse fluxo e como essa rede evoluiu ao longo de bilhões de anos.

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