Bebê reborn: hobby inofensivo ou sinal de alerta? Especialistas explicam como identificar os limites

Fenômeno dos bonecos hiper-realistas ganha destaque nas redes e levanta debate sobre bem-estar emocional

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Foto: Reprodução/WEB

Os bebês reborn — bonecos extremamente realistas que imitam recém-nascidos — têm ganhado espaço nas redes sociais com vídeos que mostram rotinas completas de cuidados, como se fossem filhos de verdade. Famosas como Britney Spears e Gracyanne Barbosa já se mostraram embalando ou alimentando seus “nenéns”, o que provocou reações de carinho, mas também críticas e questionamentos sobre a saúde mental de quem adota a prática.

Para especialistas, o ponto-chave está em não patologizar automaticamente o comportamento. Segundo o psicólogo Marcelo Santos, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o importante é analisar as motivações e o contexto. O hobby pode, inclusive, ser benéfico: promove criatividade, conexão social e até efeitos terapêuticos.

A psicóloga Rita Calegari, do Hospital Nove de Julho, esclarece que o limite entre passatempo saudável e um possível transtorno está na frequência, na intensidade e no impacto na vida da pessoa. Quando o apego aos bonecos substitui relações humanas, compromete o trabalho, os estudos ou leva à fuga da realidade, é sinal de alerta.

A artesã e colecionadora Andrea Janaína Mariano, de São Paulo, afirma que a maioria das entusiastas se define como colecionadora, e que os encontros são voltados à apreciação da arte. “Muitos vídeos são encenações, apenas teatrinhos para mostrar a peça”, explica.

Entretanto, casos mais raros de pessoas que passam a viver como se os bonecos fossem filhos reais existem, e merecem atenção. O psiquiatra Alaor Carlos de Oliveira Neto, do Hospital Oswaldo Cruz, destaca comportamentos preocupantes como gastos excessivos com acessórios, isolamento social e distorções da realidade.

Segundo os especialistas, brincar ou colecionar bonecos reborn não configura um transtorno, desde que isso não comprometa o bem-estar e as relações reais da pessoa. Mas quando o vínculo com o boneco se torna uma válvula de escape para traumas, solidão ou depressão, o apoio psicológico pode ser necessário.

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