Brasil entra na rota dos narcossubmarinos que levam cocaína para a Europa
Uso de embarcações semissubmersíveis por traficantes para transportar cocaína da América do Sul à Europa cresce e envolve o Brasil. Casos se multiplicam

O Brasil está cada vez mais presente na rota internacional dos chamados narcossubmarinos — embarcações semissubmersíveis usadas por organizações criminosas para transportar grandes quantidades de cocaína até a Europa. Neste sábado, a Força Aérea Brasileira localizou um desses veículos escondido na Ilha de Marajó, no Pará, utilizando imagens de satélite e inteligência artificial.
A descoberta reforça o alerta das autoridades sobre a crescente sofisticação do tráfico internacional. Segundo a polícia espanhola, mais de 300 dessas embarcações já foram apreendidas nos dois lados do Atlântico desde 1993. Elas costumam ser construídas no Suriname ou na Guiana, partem de costas brasileiras ou colombianas e têm como destino países como Espanha e regiões do norte da África.
Em março deste ano, três brasileiros e um espanhol foram presos em Portugal em um narcossubmarino com 6,5 toneladas de cocaína. A embarcação havia saído do litoral brasileiro. Em 2023, na Espanha, o submarino batizado de “Poseidon”, com capacidade para transportar até 5 toneladas da droga, também foi apreendido — nele, as autoridades encontraram alimentos brasileiros, reforçando a ligação com o Brasil.
Outros casos similares foram registrados em 2019, com o submersível “Che” interceptado na Galícia com 3 toneladas de cocaína, e em 2023, quando pescadores encontraram um artefato suspeito em São Caetano de Odivelas (PA), próximo de onde foi localizado o primeiro narcossubmarino no país, em 2015.
Essas embarcações são geralmente feitas de fibra de vidro, usam motores simples e, agora, começam a ser adaptadas com piloto automático, reduzindo a necessidade de tripulação e permitindo maior espaço para o carregamento de drogas.
A Polícia Nacional da Espanha alerta que o uso desses veículos pelo tráfico está em constante evolução. Um dos objetivos das quadrilhas é tornar os percursos menos arriscados, mesmo que isso signifique cruzar o Oceano Atlântico com apenas uma hélice ou motor adaptado de barco de pesca.
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