Desde o final de agosto, as noites dos municípios que integram a 19ª Regional de Saúde de Jacarezinho, no Norte do Paraná, têm sido marcadas por uma verdadeira “caçada” aos escorpiões. A força-tarefa coordenada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em parceria com as prefeituras locais, já resultou na captura de 3.339 animais apenas durante as buscas noturnas. A ação reforça as estratégias de vigilância, prevenção e controle de acidentes com o animal peçonhento. Os escorpiões, de hábitos noturnos, saem de seus esconderijos para caçar e se deslocar. Um detalhe curioso e útil no combate: eles brilham sob luz ultravioleta (UV), o que facilita a localização e a captura pelos agentes. A fluorescência é provocada por substâncias presentes em seu exoesqueleto.

As operações contam com o apoio do Governo do Estado e das equipes municipais de endemias, que percorrem áreas rurais, terrenos baldios e quintais residenciais em 15 municípios da região. A recomendação é que os moradores redobrem os cuidados com a limpeza e a organização dos ambientes, evitando o acúmulo de entulhos, tijolos, madeiras e folhas secas — locais preferidos para o abrigo dos escorpiões.

Segundo Ângela Zacarias Tovani, coordenadora de combate ao escorpião da Regional de Jacarezinho, o trabalho noturno é o mais eficiente. “As lanternas com luz ultravioleta permitem enxergar os animais à distância. Após a captura, os escorpiões são enviados para o Laboratório de Taxonomia do Paraná (Labtax), onde são identificados e contabilizados para orientar novas ações de combate”, explicou. Além das buscas, a Sesa iniciou nesta semana a distribuição de 330 mil folders educativos em unidades de saúde, escolas e locais públicos da região. O material, com o título “A picada do escorpião pode matar”, ensina a identificar o animal, prevenir acidentes e agir corretamente em caso de picada.

O alerta é importante: em 2025, o Paraná já registrou mais de cinco mil acidentes com escorpiões e três mortes, todas na 19ª Regional de Saúde — nos municípios de Cambará (com vítimas de 3 e 12 anos) e Jacarezinho (uma menina de 4 anos). Embora a maioria dos casos seja leve, o atendimento médico imediato é essencial. A recomendação das autoridades é clara: em caso de picada, procure imediatamente uma unidade de saúde. O tratamento rápido pode salvar vidas. Com informações: AEN