‘Café fake’: saiba como diferenciar café e pó sabor café na prateleira para não errar na compra
Produto mais barato pode confundir consumidores ao imitar embalagens de marcas tradicionais...

Com o aumento do preço do café, que pode chegar a quase R$ 50, um novo produto tem se espalhado pelos supermercados: o “pó sabor café”, apelidado de “café fake” ou “cafake”. O item é vendido por um valor significativamente mais baixo, podendo ser encontrado por R$ 13,99, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), e tem gerado dúvidas entre os consumidores.
O grande problema é que esse produto não é café puro. Em muitas embalagens, a descrição “pó para preparo de bebida sabor café” aparece em letras pequenas, enquanto o design das marcas tradicionais é imitado, incluindo cores, fontes e imagens de xícaras de café acompanhadas por grãos.
Governo investiga possível fraude
O Ministério da Agricultura investiga se a comercialização desse tipo de produto pode ser considerada uma fraude. Segundo o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do ministério, Hugo Caruso, para um produto ser considerado café, ele deve conter exclusivamente grãos de café. No entanto, algumas versões desse pó saborizado são feitas com cevada ou milho, sem conter café em sua composição.
Além disso, algumas embalagens mencionam a presença da “polpa do café”, que, segundo a Abic, não pode ser completamente separada da casca do fruto — uma parte considerada impureza.
Regulamentação e riscos para o consumidor
De acordo com a legislação brasileira, um café tradicional pode conter até 1% de impurezas naturais, como pequenos fragmentos de galhos, folhas e cascas. No entanto, a lei proíbe completamente a adição intencional de ingredientes estranhos, como sementes de outros grãos (milho, cevada, trigo), corantes, açúcar ou borra de café solúvel.
A nutricionista Mariana Ribeiro, do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), alerta que a estratégia de marketing desses produtos pode levar o consumidor ao erro. “O que a gente vê na maioria desses casos é que o produto não é café. Ele tem uma estratégia que está levando o consumidor ao engano”, afirmou.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que esses produtos podem se enquadrar na categoria de “preparados sólidos”, assim como chás e refrescos, ou na de “mistura para preparo de alimentos e bebidas”, onde se encaixam itens como cappuccino e massa para bolo. Entretanto, não há exigências específicas de composição para esses produtos.
Com a popularização do “café fake”, especialistas reforçam a importância de ler os rótulos com atenção para evitar confusões na hora da compra.
📌 Fonte: G1
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