Câmara de Londrina promove reunião pública sobre inclusão de celíacos em bares e restaurantes

No encontro, a psicóloga Cíntia Braçaroto, da Associação dos Celíacos do Paraná, explicou que a doença é uma condição autoimune e que a ingestão do glúten, presente no trigo, por exemplo, traz inúmeros prejuízos à pessoa. Segundo ela, estudos indicam que 1% da população mundial tem essa enfermidade

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Durante a reunião foram debatidas formas e meios legais de se efetivar os direitos das pessoas com doença celíaca. Foto: Fernando Cremonez/Divulgação CML

Na noite de quarta-feira (17), a Câmara Municipal de Londrina sediou uma reunião pública da Frente Parlamentar de Gastronomia e Turismo, dedicada a debater os desafios enfrentados por pessoas com doença celíaca em bares, restaurantes e lanchonetes. O encontro reuniu representantes do setor de alimentação, da Associação dos Celíacos e da sociedade civil para discutir soluções e promover conscientização.

“Levantei a bandeira através de uma mãe de um celíaco e também sou associado da Abrasel [Associação Brasileira de Bares e Restaurantes]. A gente pode fazer essa intermediação [entre comerciantes e pessoas com a doença], para que se possa encontrar a melhor solução para todo mundo. Acredito que é uma questão de conscientização, porque a maioria das pessoas não sabe o que é a doença celíaca”, pontuou o vereador Matheus Thum (PP), coordenador da Frente Parlamentar. Também compõem o grupo os vereadores Paula Vicente (vice-coordenadora), Antônio Amaral, Chavão, Marcelo Oguido, Professora Flávia Cabral, Giovani Mattos e Sídnei Matias.

No encontro, a psicóloga Cíntia Braçaroto, da Associação dos Celíacos do Paraná, explicou que a doença é uma condição autoimune e que a ingestão do glúten, presente no trigo, por exemplo, traz inúmeros prejuízos à pessoa. Segundo ela, estudos indicam que 1% da população mundial tem essa enfermidade. No Brasil, isso representa 2 milhões de pessoas. Ela acredita que o número pode ser maior porque muitos não são devidamente diagnosticados como celíacos. “Não é uma intolerância alimentar. É uma doença crônica. O único tratamento é a exclusão total do glúten da alimentação”, disse.

Larissa Borges, primeira secretária da associação, disse que há ações que o poder público pode realizar para facilitar o dia a dia dos celíacos, como conscientizar funcionários de bares e restaurantes sobre contaminação cruzada, ter políticas públicas de fiscalização, rotulagem mais clara dos produtos e dietas específicas em escolas e hospitais. “O que a nossa comunidade celíaca pede não é um privilégio, mas apenas respeito e segurança”, afirmou.

Legislação e projetos – Durante a reunião foram debatidas formas e meios legais de se efetivar os direitos das pessoas com doença celíaca. Em relação ao tema, Londrina conta com a lei municipal nº 13.954/2025, que criou o Dia Municipal de Conscientização sobre a Doença Celíaca, a ser celebrado anualmente no dia 16 de maio. Na última terça-feira, o plenário da Câmara aprovou em primeiro turno o projeto de lei nº 53/2025, de autoria do vereador Marinho (PL), que garante aos estudantes com Transtorno do Espectro Autista, restrição ou seletividade alimentar o direito de levar lanche de casa para consumo nas escolas públicas e privadas.

Também em tramitação no Legislativo está o projeto de lei nº 87/2025, proposto pelo vereador Giovani Mattos (PSD), que prevê o fornecimento de dieta especial para pessoas com doença celíaca internadas em hospitais públicos e privados. O projeto ainda não foi a votação em plenário. O vereador Matheus Thum (PP) afirmou que está finalizando a elaboração de um projeto de lei para criar o “Passaporte Celíaco” em Londrina, para assegurar às pessoas diagnosticadas com doença celíaca o direito de portar e consumir alimentos próprios em bares, restaurantes e estabelecimentos similares, sem sofrer restrições ou constrangimentos.

Também participaram do debate Clóvis Massato Kuwahara, médico gastroenterologista; Renata Freitas Albieri, nutricionista da Secretaria Municipal de Saúde; Henrico Tamiozzo, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel Norte Paraná); Viviane Guimaraes Moura Leite, integrante da Associação dos Celíacos; Jonilson Favareto, médico pediatra e celíaco; Leila Gomes Ferreira Soares, mãe de celíacos e membro da Associação dos Celíacos; e Keilla Gonçalves, integrante da Associação dos Celíacos. Com informações da Câmara Municipal de Londrina.

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Redação Paiquerê FM News

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