O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em parceria com a Embrapa Soja e a BASF Soluções para Agricultura, lançou nesta terça-feira (26) a cartilha Boas Práticas para Integração entre Apicultura e Sojicultura. O guia traz recomendações para agricultores e apicultores sobre como conciliar as duas atividades de forma sustentável, visando maior produtividade e preservação ambiental. O material é resultado de três safras de pesquisas (2022/2023, 2023/2024 e 2024/2025), realizadas no Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Durante esse período, técnicos validaram protocolos de manejo que permitem a convivência harmônica entre apiários instalados próximos a lavouras de soja.

Segundo a Embrapa, a presença das abelhas pode elevar em média 13% a produtividade da soja, chegando a 18% em alguns casos. Para os apicultores, a proximidade das colmeias às áreas de cultivo pode dobrar ou até triplicar a produção de mel no período de floração. A publicação destaca a importância da comunicação permanente entre sojicultores e criadores de abelhas para evitar impactos negativos, especialmente relacionados ao uso de defensivos agrícolas. Também reforça a necessidade de adotar práticas de manejo integrado de pragas e técnicas corretas de aplicação, de modo a proteger polinizadores e ampliar a biodiversidade ao redor das lavouras.

A cartilha integra a Coleção Senar e já está disponível gratuitamente para download no site da instituição e no aplicativo Estante Virtual da Coleção Senar. O conteúdo também será utilizado como material de apoio nos cursos oferecidos a produtores e técnicos do setor. De acordo com o pesquisador da Embrapa, Décio Gazzoni, além de ganhos produtivos, o benefício maior é ambiental. “As abelhas são bioindicadores da saúde do ecossistema. Quando protegidas, ajudam não só na produção de soja e mel, mas também na conservação de matas, espécies nativas e cursos d’água próximos às áreas agrícolas”, afirmou.

O valor da polinização para a produção de alimentos é estimado em até US$ 577 bilhões por ano no mundo e cerca de US$ 12 bilhões no Brasil, segundo relatório da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES).