Casa da Vila recebe evento que celebra a cultura negra em Londrina neste sábado
O evento é gratuito e aberto ao público. A programação é diversificada e inclui rodas de conversa, discotecagem, slam, roda de samba, artesanato e comercialização de alimentos, entre eles acarajé e chopp

Com o objetivo de celebrar a presença da cultura negra em Londrina, a Vila Cultural Casa da Vila recebe o evento “Cultura é corpo vivo: fazeres e saberes sobre a cultura negra em Londrina”. A atividade será realizada neste sábado (1º), a partir das 14h, na sede da Casa da Vila (Rua Uruguai, 1.656, Vila Brasil). O evento é gratuito e aberto ao público. A programação é diversificada e inclui rodas de conversa, discotecagem, slam, roda de samba, artesanato e comercialização de alimentos, entre eles acarajé e chopp.
A proposta partiu dos agentes territoriais de cultura do Paraná Dan Barbosa, Juuara Armond e Lékun, que integram o curso Agentes Territoriais de Cultura: Introdução à Cultura e Políticas Culturais, do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul). O objetivo é valorizar a cultura negra, fortalecer vínculos e compartilhar conhecimentos sobre a produção cultural realizada por pessoas negras. “O Brasil foi praticamente o último país a aderir a abolição da escravatura, por causa de pressão exterior, inclusive, e hoje nós enquanto população negra não alcançamos de fato a tão sonhada liberdade”, afirmou Armond. A atividade integra o percurso formativo dos Agentes Territoriais de Cultura, dentro do Programa Nacional dos Comitês de Cultura, uma iniciativa do Ministério da Cultura em parceria com o Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul).
A abertura, às 14h, contará com a Louvação a Exu, conduzida pelo Ilé Àṣẹ Àlàyé. Em seguida, haverá a apresentação do Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC) com a agente territorial de cultura do Paraná Juuara Armond. A programação inclui duas rodas de conversa, com os temas “Saberes e fazeres culturais nos territórios” e “Políticas de ações afirmativas na cultura”, mediadas por Armond. Haverá a participação de lideranças do povo de terreiro, da comunidade LGBTQIA+, do movimento Hip Hop e de representantes como Maria de Fátima Beraldo, gestora municipal de promoção da igualdade racial em Londrina, Teresa Mendes, produtora cultural e ativista social, e da estudante indígena Débora Kaingang. Além disso, estão previstas a apresentação do Slam Blackout, uma roda de samba conduzida por Luana Faustino, e discotecagem com o DJ Dan Barbosa. O encerramento do evento está previsto para as 20h.
De acordo com Armond, a escolha de novembro para a realização do evento se deve à celebração do Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 deste mês. “Novembro é um mês de reflexão. Passaram-se muitos anos, mas a gente ainda não alcançou uma igualdade racial; existem projeções que estimam faltar pelo menos mais 250 anos para que, enquanto sociedade, nós consigamos superar todas as dificuldades e violências causadas pelo racismo”, explicou.
A agente também reforçou que promover eventos que reconhecem e valorizam o trabalho de pessoas negras é, antes de tudo, uma forma de combater o racismo. “Trazer uma narrativa positiva sobre a cultura negra, presença negra e pessoas negras são medidas de combate ao racismo, de promoção de igualdade racial, de fortalecimento de vínculos, de combate à intolerância religiosa. A gente sabe que violências como o racismo, machismo, a intolerância religiosa, não são isoladas, são uma estrutura que molda nossa sociedade, que ainda é profundamente desigual”, evidenciou. Com informações do N.Com.

