A influenciadora digital mexicana Valeria Márquez, de 23 anos, foi assassinada a tiros durante uma transmissão ao vivo no TikTok, na última terça-feira (13), em Zapopan, na região metropolitana de Guadalajara. O crime chocou o país e ganhou repercussão internacional. A Procuradoria Geral do Estado de Jalisco abriu uma investigação por feminicídio.

Segundo informações da imprensa local, como os veículos Milenio e Telediario, o principal suspeito de ter ordenado o assassinato seria Ricardo Ruíz Velasco, conhecido como “El Doble R”, integrante do cartel Nova Geração de Jalisco (CJNG). Ele teria tido um relacionamento amoroso com Valeria nos últimos meses. Contudo, o Ministério Público afirmou que o nome dele não consta formalmente no processo, e que a investigação segue sob sigilo.

Valeria foi surpreendida por um homem que entrou em seu salão de beleza, Blossom The Beauty Lounge, sob o pretexto de entregar um presente. Em seguida, atirou contra ela duas vezes — na cabeça e no peito — enquanto ela interagia com uma funcionária durante a live. As imagens do momento viralizaram rapidamente nas redes sociais. Após o crime, o assassino fugiu em uma motocicleta e ainda não foi identificado oficialmente.

A influenciadora, que tinha mais de 100 mil seguidores nas redes sociais, também era empresária e ex-miss de concursos de beleza locais, tendo sido eleita Miss Face em 2021. Em suas redes, compartilhava tutoriais de maquiagem, rotinas de autocuidado e reflexões sobre sua trajetória profissional.

Nos últimos dias, mensagens antigas atribuídas a Valeria voltaram à tona. Em uma delas, ela relata estar sendo ameaçada por um ex-parceiro e diz responsabilizá-lo por qualquer mal que pudesse ocorrer com ela ou sua família: “Ele era meu atual parceiro, com quem eu morava, é por isso que o chamo de ‘EX’. Eu o responsabilizo por qualquer coisa que possa acontecer comigo e com minha família, mesmo que eu tenha que deixar a cidade”.

O salão de beleza onde ocorreu o assassinato segue interditado para perícia. A investigação ainda apura se o crime teve motivação passional ou conexão direta com o crime organizado. Velasco, que já foi ligado a outros homicídios, inclusive o do influenciador conhecido como “Pirata de Culiacán”, ainda não foi formalmente acusado neste caso.