Clubinho de Leitura da Socioeducação do Paraná e Cadeia Pública Feminina de Londrina vencem prêmio nacional de Direitos Humanos
Criado no início da pandemia, o projeto utiliza livros, encontros literários e diálogo para aproximar jovens da cultura, estimular reflexões e abrir espaço para debates sobre temas sensíveis

O Clubinho de Leitura da Socioeducação do Paraná, junto com a Cadeia Pública Feminina de Londrina, ganhou o Prêmio Direitos Humanos – Edição Luiz Gama e Esperança Garcia, na categoria Educação e Cultura em Direitos Humanos, um dos mais importantes reconhecimentos do Estado brasileiro para iniciativas que promovem dignidade e cidadania. A cerimônia de entrega será no dia 10 de dezembro de 2025, durante a Conferência Nacional dos Direitos Humanos, em Brasília.
O prêmio homenageia projetos que transformam realidades e fortalecem políticas públicas. No caso do Clubinho de Leitura, o reconhecimento destaca o impacto do trabalho realizado com adolescentes em medida socioeducativa. Criado no início da pandemia, o projeto utiliza livros, encontros literários e diálogo para aproximar jovens da cultura, estimular reflexões e abrir espaço para debates sobre temas sensíveis.
Idealizado por Andressa Ferreira Candido, Assistente Social da Casa de Semiliberdade de Londrina, com o auxílio da Psicóloga Cense Londrina 2, Thayane Carolina de Almeida Rodrigues e da Professora de Arte, Stela Maziero, o Clubinho nasceu em 2020, no Cense Londrina 2, e rapidamente se expandiu para todas as unidades socioeducativas do Estado. Hoje, envolve também a Cadeia Pública Feminina de Londrina e conta com apoio do Ministério Público do Trabalho, que financia a compra de livros.
A proposta garante que cada unidade trabalhe um título por mês, e os encontros são realizados com a presença do autor ou autora, por videoconferência. Professores e equipes técnicas preparam os adolescentes para conversas sobre literatura, sociedade, identidade, racismo, violência, gênero e outras questões importantes para a formação cidadã. Alguns jovens criam músicas, apresentações e perguntas para compartilhar com escritores.
Nesses cinco anos, já foram 55 encontros, com participação média de 250 adolescentes por mês. O Clubinho recebeu nomes como Laurentino Gomes, Ailton Krenak, Itamar Vieira Junior, Jarid Arraes, Mariana Salomão Carrara, Stenio Gardel, entre muitos outros. Para Andressa, o projeto cresceu porque fala de temas que costumam ser silenciados nas unidades. “O Clubinho nasceu para legitimar a leitura e trazer debates necessários. Cada livro abre espaço para reflexão, afeto e novas possibilidades de vida”, afirma. O prêmio confirma o valor de uma iniciativa que transforma a leitura em ponte, acolhimento e oportunidade.

