Na Igreja Católica, o caminho até a canonização é longo e rigoroso. O processo começa na diocese onde a pessoa viveu ou foi sepultada. O bispo local reúne testemunhos, escritos e relatos sobre sua vida e, se houver indícios de santidade, o candidato recebe o título de Servo de Deus. A documentação então segue para o Vaticano, onde o Dicastério para as Causas dos Santos assume a análise.

Se a investigação comprovar que o Servo de Deus viveu virtudes de forma heroica — como fé, caridade e coragem —, o Papa pode conceder o título de Venerável.

O passo seguinte é a beatificação. Nesse estágio, se o candidato não foi mártir, é necessário comprovar ao menos um milagre atribuído à sua intercessão, validado por especialistas médicos e considerado inexplicável pela ciência. Com isso, ele passa a ser chamado de Beato, podendo ser venerado publicamente em sua diocese ou região.

A última etapa é a canonização, que normalmente exige um segundo milagre reconhecido após a beatificação. Com a aprovação do Papa, o Beato se torna Santo, sendo venerado por toda a Igreja e podendo ter um dia de festa no calendário litúrgico.

Um exemplo recente é o do jovem italiano Carlo Acutis, conhecido por catalogar milagres eucarísticos na internet. Seu processo começou em 2013, sete anos após sua morte. Ele foi declarado Servo de Deus, depois Venerável, beatificado em 2020 e, após o reconhecimento de dois milagres, canonizado em 7 de setembro de 2025 pelo Papa Leão XIV.

Existe ainda a canonização equipolente, usada em casos históricos em que já há culto popular consolidado, sem a exigência de milagres formais.

Esse caminho mostra como a Igreja busca reconhecer pessoas que viveram de forma exemplar, tornando-se inspiração de fé e virtude para toda a comunidade católica.

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