Comunidade terapêutica é interditada pela Vigilância Sanitária em Londrina
Havia 142 pessoas abrigadas no lugar, 18 delas adolescentes

Em Londrina, a partir de iniciativa do Ministério Público do Paraná (MP-PR), uma comunidade terapêutica voltada a atender pessoas com transtornos relacionados ao uso de drogas foi interditada cautelarmente pela Vigilância Sanitária Municipal. O MP-PR vinha investigando a unidade de saúde após receber notícias de irregularidades diversas no estabelecimento, como questões de ordem administrativa, estrutural e sanitária, além de suspeitas de agressões a internos. Havia 142 pessoas abrigadas no lugar, 18 delas adolescentes.
Durante fiscalização, foram verificados vários problemas, como a presença de diversos acolhidos via internações involuntárias e compulsórias sem o devido registro; relatos de agressões supostamente feitas pelos próprios coordenadores do espaço contra internos (inclusive adolescentes); a existência de dois idosos no lugar (um deles cego e residente da unidade há sete anos); a constatação de pacientes com perfis psiquiátricos; o possível uso de medicamentos irregulares para “dopar” os acolhidos; medicações vencidas; e receituários médicos em branco assinados por psiquiatra (para a ministração deliberada de medicamentos), dentre outras questões.
Um psicólogo foi autuado em flagrante pela suposta prática dos delitos de sequestro e cárcere privado, visto que muitos internos estavam ali com prazo superior ao previsto em lei. A maioria das pessoas internadas é do estado do Mato Grosso do Sul (Naviraí, Novo Mundo, Maracaju, Nova Andradina, Itaquiraí, Sete Quedas, Campo Grande, dentre outras cidades). Com a interdição, foi deliberado que todos “devem ser transferidos ou removidos para suas famílias ou estabelecimento que estejam com o Licenciamento Sanitário atualizado pelo órgão sanitário competente, às expensas da empresa ora interditada, no prazo de 72 horas”.
Com informações do Ministério Público do Paraná.

