Confusão entre torcidas marca jogo entre Londrina e CSA e levanta debate sobre partidas no VGD
Confrontos ocorreram antes e depois da partida; PM usou munição de impacto e granadas para conter tumultos

O clássico entre Londrina Esporte Clube e CSA, realizado no último sábado (27), no Estádio Vitorino Gonçalves Dias (VGD), foi marcado por uma série de confrontos entre torcidas organizadas, exigindo atuação da Polícia Militar. As confusões começaram ainda durante o deslocamento das torcidas e se estenderam até o fim da partida, com cenas de emboscada, vandalismo e uso de material proibido. Segundo o boletim da PM, A primeira ocorrência foi registrada na Avenida Leste-Oeste, nas proximidades da Maternidade Municipal, quando torcedores da Falange Azul, do Londrina, atacaram com pedras, garrafas e paralelepípedos o comboio que escoltava torcedores do CSA. Para conter a investida, a Rotam afirma que precisou utilizar munições de impacto controlado, dispersando os envolvidos e garantindo a continuidade da escolta.
Já nas proximidades do estádio, a PM identificou tentativa de burlar a segurança: apesar de comunicar oficialmente o deslocamento de apenas três veículos com torcedores e materiais como faixas, cerca de 40 torcedores do CSA seguiram por conta própria, deixando os carros na região do Bosque e da Concha Acústica. Todos foram revistados antes da entrada no estádio.
Após o jogo, por volta das 20h, mais tumultos: fogos de artifício com estampido foram disparados da sede da Falange Azul, descumprindo a Lei Municipal nº 13.585/2023, que proíbe esse tipo de artefato. A confusão continuou com a dispersão dos torcedores da Falange pelas ruas do centro de Londrina, com tentativa de emboscada na Rua Maranhão contra integrantes da torcida do CSA. Novamente, a PM precisou intervir com munição de impacto e granadas de efeito moral.
O comandante do 5º Batalhão, tenente-coronel Eguedis, acompanhou todo o evento e se pronunciou com preocupação. Segundo ele, a estrutura do VGD oferece riscos: a proximidade entre os acessos de torcidas rivais, as ruas estreitas ao redor, a vizinhança da maternidade e a fragilidade das barreiras de contenção dificultam o trabalho da segurança. Ele defende que a autorização de jogos no VGD seja reavaliada. “Não podemos permitir que a violência de algumas torcidas organizadas comprometa a segurança de um evento que deveria ser de lazer e união. Estas pessoas não estão lá para torcer, mas sim para provocar conflitos que ameaçam a população, o clube e a imagem do futebol londrinense”, afirmou. Há ainda indícios da presença de torcedores organizados de outros clubes — como Coritiba e Maringá — infiltrados na torcida do CSA, aumentando a rivalidade e o risco de confronto com a Falange Azul. Todos os boletins de ocorrência foram registrados e um relatório completo da operação será encaminhado às autoridades competentes.