Congelamento da tarifa de ônibus vai gerar déficit de R$ 177 milhões em Londrina em 2025
Prefeitura manterá passagem a R$ 5,75 mesmo com custo real acima de R$ 10 por viagem; baixa adesão e déficit herdado agravam crise no transporte coletivo

Manter a tarifa de R$ 5,75 no transporte coletivo de Londrina em 2025 terá um alto custo para os cofres públicos. A Prefeitura estima que o sistema chegue a R$ 305 milhões ao longo do ano, mas a arrecadação com bilheteria deve alcançar apenas R$ 128 milhões. A diferença — R$ 177 milhões — terá que ser coberta pelo município, quase o dobro do valor repassado às concessionárias em 2024. O aumento nos gastos se deve ao reajuste da tarifa técnica, autorizado no fim de 2023, que elevou o custo real de cada viagem para R$ 10,20 na área da Londrisul e R$ 11,80 na da TCGL. Ainda assim, a gestão de Tiago Amaral (PSD) optou por não repassar o aumento aos passageiros.
O orçamento de 2025, no entanto, previa apenas R$ 72 milhões para subsídios ao transporte, o que cobre menos da metade do déficit. Para tentar equilibrar as contas, a CMTU contratou a empresa LG Mobilidade Urbana, por R$ 140 mil, para revisar planilhas de custos, analisar os subsídios e propor estratégias para o sistema. Segundo nota da CMTU, a revisão foi motivada por um déficit de R$ 105 milhões herdado da gestão anterior. A meta é reduzir despesas, aumentar o número de usuários e buscar novas fontes de receita. Hoje, apenas 44 mil pessoas utilizam o transporte coletivo diariamente — cerca de 7,7% da população de Londrina, que ultrapassa os 577 mil habitantes. Mesmo com o alto custo, a atual gestão aposta na tarifa congelada como forma de reverter esse cenário.