
As crianças do Assentamento Eli Vive, em Lerroville, não puderam iniciar o ano letivo nesta segunda-feira (03) devido à precariedade das estradas rurais. Com as chuvas do fim de semana, os veículos do transporte escolar não conseguiram trafegar pelas vias internas da comunidade, impedindo que os alunos chegassem à escola. De acordo com as lideranças da comunidade, o problema, que se arrasta há mais de 13 anos, gerou revolta entre os moradores, que cobram soluções da prefeitura.
O Assentamento Eli Vive abriga mais de 500 famílias camponesas. A comunidade é referência na produção agrícola cooperada, fornecendo alimentos para escolas, mercados locais e programas de segurança alimentar. Apesar dessa importância econômica e social, os moradores enfrentam dificuldades constantes devido à falta de manutenção das estradas, que se agrava em períodos chuvosos.
Em 2023, a prefeitura entregou uma nova escola municipal no assentamento, garantindo estrutura adequada para a educação das crianças. No entanto, sem transporte, o acesso ao ensino fica comprometido. “De que adianta termos uma escola moderna se nossos filhos não conseguem chegar até ela?”, questiona Sandra Ferrer, liderança comunitária.
Fora do plano emergencial
Segundo informações da assessoria de imprensa do assentamento, a revolta da comunidade aumentou após o prefeito de Londrina, Tiago Amaral, anunciar, no último dia 27 de janeiro, um plano emergencial para recuperação de estradas rurais. No entanto, as vias do Eli Vive ficaram de fora, mesmo com as péssimas condições sendo de conhecimento público e alvo de reivindicações frequentes.

Ferrer critica a exclusão do assentamento do planejamento municipal. “Vai chegar uma hora que as famílias não vão mais tolerar esse descaso. O que diferencia as nossas crianças? Por que a educação delas é menos importante? Por que as nossas estradas não foram incluídas no plano? São perguntas que o prefeito precisa responder”, desabafa. Enquanto isso, os pais seguem improvisando soluções para garantir o acesso das crianças à escola. Atualmente, os alunos precisam ser levados pelos responsáveis até um ponto comum chamado de “carreador”, onde o transporte escolar faz o embarque. Mas quando as estradas estão intransitáveis, nem essa alternativa funciona. Com informações: Assessoria de Imprensa.
O jornalismo da Paiquerê FM 98.9 pediu um retorno da prefeitura de Londrina, mas ainda não obteve retorno.