De onde vem a expressão “onde Judas perdeu as botas”? a origem misteriosa e popular da frase
O texto explora a origem da expressão popular "onde Judas perdeu as botas", usada para se referir a um lugar muito distante. O autor explica que, embora a frase não seja bíblica, ela tem raízes na tradição cristã e em lendas populares que surgiram após a morte de Judas Iscariotes, simbolizando um local remoto e inacessível

A expressão “onde Judas perdeu as botas” faz parte do vocabulário popular brasileiro e é usada para descrever um lugar muito distante, de difícil acesso ou até mesmo inexistente. Embora a frase seja comum, sua origem é um mistério que mistura história, religião e cultura popular.
A figura de Judas Iscariotes é central na tradição cristã como o discípulo que traiu Jesus por trinta moedas de prata. Após o ato, a história bíblica conta que Judas, desesperado, tirou a própria vida. Essa parte da narrativa alimentou lendas que, ao longo dos séculos, associaram o nome de Judas a situações negativas e a locais inalcançáveis.
A expressão, no entanto, não aparece na Bíblia e teria surgido séculos depois, consolidando-se em Portugal e no Brasil por meio da tradição oral. Uma das teorias mais aceitas é que, após a morte de Judas, ninguém teria encontrado suas botas, criando a ideia de que elas estavam em um lugar remoto e inacessível. Com o tempo, a metáfora foi usada para exagerar distâncias ou para designar regiões afastadas.
Outra linha de interpretação, mais folclórica, sugere que a expressão se refere a um local onde ninguém desejaria ir, ou que as botas simbolizam o abandono de seus pertences após o ato de traição. Outra teoria ainda considera que a expressão não se refere a um local geográfico, mas a um espaço imaginário de esquecimento, marcado pelo desprezo eterno.
Ainda hoje, a frase é usada para enfatizar lugares longínquos, mostrando como a figura de Judas continua viva na linguagem e na cultura popular. A expressão “onde Judas perdeu as botas” é um exemplo de como histórias culturais e bíblicas se misturam para dar vida a metáforas poderosas que resistem ao tempo.