A defesa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, descartou a possibilidade de um acordo de delação premiada nesta sexta-feira (12). O advogado Eumar Novacki afirmou que Torres está disposto a colaborar com as investigações dos atos golpistas de 8 de janeiro, mas não por meio de uma delação. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa convocada pela defesa, realizada cerca de 12 horas após Torres deixar o batalhão da Polícia Militar em Brasília, onde ficou preso por quase quatro meses.

Torres foi detido em janeiro, em caráter preventivo, por suspeita de omissão nas investigações dos atos ocorridos em 8 de janeiro. A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ontem (11), Moraes autorizou a soltura de Torres sob a condição de cumprir medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a entrega de seus passaportes.

O advogado Novacki elogiou a atuação do STF e do ministro Alexandre de Moraes, afirmando que a Corte adotou as medidas necessárias para conter a violência e se sensibilizou com os argumentos da defesa. Ele destacou a confiança na Justiça e ressaltou que a prisão de Torres já não se justificava.

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Novacki também mencionou a deterioração da saúde de Torres durante o período de prisão, exigindo acompanhamento psiquiátrico e medicação. Ele expressou a esperança de que Torres recupere seu equilíbrio psicológico em casa e possa ajudar na defesa e no esclarecimento dos atos ocorridos em 8 de janeiro.

A defesa afirmou que Torres já havia revelado a senha de acesso a seu celular às autoridades, mas uma falha técnica impediu que os peritos da Polícia Federal acessassem os dados necessários para a investigação. Novacki disse ter tido acesso a um laudo sigiloso da PF sobre a questão, mas não pôde fornecer detalhes adicionais. Ele se colocou à disposição de Alexandre de Moraes para colaborar com a designação de um perito que possa acessar e abrir as contas de Torres com rapidez.

Com Agência Brasil.