Dengue: saiba quem poderá tomar a vacina no SUS e na rede privada
A Qdenga está disponível no SUS para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos; em farmácias e laboratórios podem se vacinar pessoas entre 4 e 60 anos em

O aumento das temperaturas nos últimos dias tem acendido o alerta para o risco de dengue em todo o Estado, com condições ideais para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, que se propaga principalmente em períodos de calor intenso e chuvas. O último boletim divulgado pela Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa) aponta que, desde o início do ano epidemiológico de 2025, o Estado registrou 56.907 notificações, com 11.993 casos confirmados e dez mortes pela doença.
Além das medidas preventivas, como eliminação de focos de água parada e o uso de repelentes, a vacina contra a dengue tem se mostrado uma importante ferramenta de combate à doença. A vacina Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda, está disponível na rede pública de saúde para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos em municípios com alta incidência de dengue. Já na rede privada, o imunizante pode ser administrado em pessoas de 4 a 60 anos.
A vacina requer duas doses, com intervalo de três meses entre elas, e não é recomendada para quem está fora dessa faixa etária. Além disso, pessoas com histórico de alergias graves a qualquer componente da vacina ou que tenham apresentado reações alérgicas após a primeira dose também não devem se vacinar. Gestantes e lactantes devem consultar um profissional de saúde antes de tomarem a vacina.
De acordo com Aline Stipp, coordenadora do curso de Biomedicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Câmpus Londrina, as restrições são baseadas na falta de estudos conclusivos sobre a segurança e eficácia da vacina nesses grupos.
A Qdenga é uma vacina tetravalente, ou seja, protege contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4). Ela utiliza uma versão atenuada do vírus, estimulando o sistema imunológico a reconhecer e combater todos os tipos do vírus. Por isso, até mesmo pessoas que já tiveram dengue podem se vacinar. “Indivíduos que já contraíram a doença podem e são encorajados a tomar a vacina. A infecção por um sorotipo não garante imunidade contra os outros, e a vacina ajuda a reduzir o risco de formas graves da doença”, explica a especialista.
Além da vacina Qdenga, o Ministério da Saúde anunciou recentemente o início da produção nacional de uma nova vacina de dose única contra a dengue, fruto de uma parceria entre o Instituto Butantan e a empresa WuXi Biologics. Se aprovada pela Anvisa, a produção nacional terá uma capacidade de 60 milhões de doses anuais, com a possibilidade de ampliação conforme a demanda. “Essa produção representa um grande avanço para o Brasil, proporcionando maior autonomia e ampliando o acesso à vacina”, comemora a coordenadora. Com informações do Portal Tarobá.