Prejuízos nos lares, empresas, indústrias e no agronegócio. As frequentes quedas no fornecimento de energia no estado e seus impactos para a sociedade paranaense foram discutidos em audiência pública na segunda-feira (18), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

A iniciativa dos deputados Luciana Rafagnin (PT), Arilson Chiorato (PT) e Anibelli Neto (MDB) reuniu especialistas e representantes de entidades para apresentar dados, debater e formalizar encaminhamentos para tentar amenizar o problema.

Documento resultante do encontro será enviado à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a outros órgãos de controle como Ministério Público Federal, (MPF), Ministério Público Estadual (MP-PR) e para o Tribunal de Contas (TCE-PR), para um levantamento dos investimentos realizados para melhoria da qualidade. “Faremos denúncia à ANEEL e notificaremos o MP-PR para intermediar uma reunião com a Copel, porque temos direito a uma resposta”, informou a parlamentar, ao lamentar a ausência de representantes da empresa durante a audiência pública. “É um descaso com os paranaenses e com a Assembleia Legislativa. A ausência da Copel aqui é um sinal do lado que ela está”, reforçou o deputado Arilson Chiorato.

Os parlamentares também defenderam no encontro a necessidade de se estabelecer uma meta de Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) próprio para a energia da zona rural, além de se criar um modelo padrão de denúncia para registrar as reclamações de prejuízos e entrar com ação de responsabilização criminal e ressarcimento.

Durante o evento no Plenarinho, os deputados apresentaram dados e consequências provocadas pelas interrupções de energia. “Só no ano passado, a Copel recebeu mais de 28 mil pedidos de ressarcimento. Destes, apenas 7 mil foram atendidos e o restante da população ficou sem esse atendimento”, citou a deputada Luciana Rafagnin. “A energia é um bem essencial para a vida de todo cidadão. Necessária tanto para o trabalho doméstico, até à indústria, ao comércio e à agricultura. São muitas reclamações de agricultores que têm perdido a produção de leite, também na avicultura, pisicultura”, acrescentou a Luciana Rafagnin.

O deputado Arilson Chiorato ressaltou que os registros de queda de energia estão generalizados no estado. “Eu produzi um ‘apagômetro’ no meu mandato. Temos hoje 382 cidades do Paraná que registraram queda de energia com frequência depois da venda da empresa. Estamos preocupados com isso, principalmente com o setor agrícola. São muitas denúncias de queda de energia: paralisa o trabalho, morre frango, morre peixe, falta ração, mercados que têm prejuízos enormes. A gente precisa apurar agora se é coincidência, se é problema técnico, se é problema por causa de recursos humanos.

A única certeza que a gente tem é de que o povo está pagando a conta”, afirmou. Presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (Senge), Leandro Grassmann, considera que houve deterioramento na qualidade do fornecimento. “Depois da privatização, em agosto do ano passado, teve 41% a mais de interrupção de energia elétrica e 55% mais de tempo de reparo. Passou de 4 horas para 6h36 o tempo médio de reparo.

Dados também mostram que 56% das unidades consumidoras que sofreram queda de energia estão na área rural e o tempo de reparo nesta área tem sido absurdamente alto extremamente. Em 2023, tivemos mais 25 mil unidades consumidoras por mais de dois dias sem energia elétrica”.

Com informações da Alep.