O debate sobre vida extraterrestre voltou ao centro das discussões internacionais após o lançamento do documentário The Age of Disclosure, dirigido por Dan Farah. A obra defende a tese de que, há quase 80 anos, o governo dos Estados Unidos mantém em sigilo informações consideradas decisivas sobre a presença de inteligência não-humana na Terra.

Segundo o filme, programas militares ultrassecretos teriam recuperado artefatos e até corpos de entidades desconhecidas, supostamente obtidos após acidentes envolvendo objetos voadores não identificados. O sigilo, afirma a produção, estaria ligado a uma disputa tecnológica entre grandes potências, interessadas em reverter o funcionamento desses dispositivos.

Depoimentos de militares e ex-agentes

A investigação levou três anos e reuniu entrevistas com 34 pessoas, incluindo oficiais das Forças Armadas, analistas de inteligência e ex-funcionários do Departamento de Defesa dos EUA. Entre eles está Luis “Lue” Elizondo, figura central no debate moderno sobre UAPs (fenômenos aéreos não identificados).

Elizondo afirma no documentário que existe uma “estratégia coordenada de desinformação” para dificultar que o público compreenda a extensão do fenômeno. Outros entrevistados alegam que até presidentes dos EUA não teriam conhecimento integral sobre os supostos programas, devido ao nível extremo de compartimentalização entre departamentos militares.

Naves recuperadas e alegações de engenharia reversa

O documentário sustenta que diferentes governos teriam, ao longo das últimas oito décadas, recuperado veículos com capacidades consideradas impossíveis para a tecnologia humana: aceleração instantânea, mudança abrupta de direção e padrões de voo incompatíveis com qualquer aeronave conhecida.

As estruturas secretas citadas no filme seriam responsáveis por armazenar e analisar esses objetos, com o objetivo de compreender seus princípios físicos e tentar reproduzir parte da tecnologia.

Incidentes em bases nucleares

Outro ponto enfatizado pela produção é a suposta recorrência de UAPs em áreas sensíveis, incluindo instalações nucleares. Alguns relatos mencionam objetos que teriam desativado temporariamente sistemas de armas ou sobrevoado silos de mísseis. Para militares entrevistados, tais episódios configurariam um potencial risco estratégico.

Ceticismo científico e ausência de provas materiais

Mesmo com a repercussão do documentário, a comunidade científica permanece cautelosa. O principal argumento dos críticos é a falta de evidências físicas verificáveis, como registros independentes, documentação oficial completa ou amostras de materiais que possam ser analisadas por laboratórios externos.

O diretor Dan Farah afirma, porém, que o valor do filme está na credibilidade dos entrevistados. “Essas pessoas não têm nada a ganhar ao se expor publicamente. O fato de assumirem esse risco já deveria causar preocupação”, argumenta.

Tema ganha força nos EUA

O lançamento ocorre em um momento em que o Congresso americano discute o tema dos UAPs com mais transparência. Audiências públicas, documentos divulgados pelo Pentágono e projetos de lei sobre acesso a arquivos têm ampliado o interesse público e político.

Ainda não está claro se The Age of Disclosure poderá influenciar futuras investigações oficiais. Mas o documentário reforça um debate que deixou de ser apenas especulativo e passa, cada vez mais, a ocupar espaço nas discussões sobre defesa, segurança e tecnologia.

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