Em Londrina, Coletivo Quizomba abre vagas para aulas sobre arte de rua
Serão selecionados 25 candidatos para participar da formação, recebendo uma bolsa de R$ 600,00. Qualquer morador de Londrina com idade entre 15 e 29 anos pode realizar a inscrição. Foto: Reprodução/Pixabay

O Coletivo Quizomba abre vagas para a população de Londrina participar do Projeto Ruar, um ciclo de estudos introdutórios às artes de rua e ao artivismo, a fim de capacitar agentes culturais dentro da comunidade. Dividida em cinco módulos com 14 atividades, a ação ocorre entre agosto e novembro. Além das aulas, os participantes selecionados vão receber uma bolsa de incentivo. Com carga horária de 42 horas, as aulas expositivas e rodas de conversas serão realizadas às quartas-feiras, das 14h30 às 17h30, quase sempre na Vila Cultural Canto do Marl, localizada na avenida Duque de Caxias, 3241, área central da cidade. Há planos de realizar algumas atividades também no campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL), na Rodovia Celso Garcia Cid, PR-445, Km 380, próximo à saída para Cambé. O início das atividades será em 7 de agosto.

Serão selecionados 25 candidatos para participar da formação, recebendo uma bolsa de R$ 600,00. Qualquer morador de Londrina com idade entre 15 e 29 anos pode realizar a inscrição, mas população baixa renda, comunidade LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência, oriundos da educação pública e/ou de projetos socioculturais terão preferência na seleção. Para concorrer a uma vaga, basta preencher o formulário digital. As inscrições estão abertas até 20 de julho. Em caso de dúvida, é possível entrar em contato com os responsáveis através do e-mail [email protected]. O projeto tem parceria com a UEL por meio do projeto de extensão “Procult: Ruar entre Vilas”, e recebe patrocínio da Prefeitura de Londrina através de recursos do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic).

“Projetos como esse são muito importantes, não só para alavancar a produção local, qualificando mais pessoas nos seus fazeres culturais, principalmente para ações com foco nas comunidades, mas também preparando para a elaboração de projetos e possibilitando o acesso a recursos e fomentos disponíveis”, comentou a diretora de Incentivo à Cultura da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), Sonia Dias, em entrevista ao N.Com. As ações serão divididas em cinco eixos de atuação, sendo: Arte e Cultura; Artivismo e a Arte de Rua; Arte Tradicional/Popular Brasileira e Indígena; Comunicação e Cultura; além de uma oficina prática de elaboração de projetos culturais para as artes de rua. Os módulos terão três encontros, exceto o de Comunicação e Cultura, que terá apenas dois.

Além de artistas e produtores culturais capacitados e voltados para a arte urbana contemporânea na cidade, o projeto busca formar pessoas que possam atuar com o artivismo. “Este é um conceito que pensadores vão abordar de forma mais profunda, mas resumidamente seria a expressão artística ligada à política, a conceitos sociais. Assim, tem essa perspectiva de ser uma arte crítica, de reivindicação”, explicou uma das coordenadoras do projeto, Talyta Elen. Atualmente, o projeto está em um momento de pré-produção, elaborando o plano pedagógico. Cada módulo será coordenado por um membro do Coletivo Quizomba, podendo ter convidados para debater também nas rodas de conversa.

Apesar do Projeto Ruar ser uma produção inédita do Coletivo Quizomba, um de seus integrantes já realizou uma ação semelhante anteriormente. O professor e pesquisador da UEL, Kennedy Piau, atuou no “Encantação”, um projeto de extensão do curso de artes visuais da faculdade, voltado para a formação de produtores culturais. No Projeto Ruar, Piau é coordenador pedagógico geral, participando efetivamente do desenvolvimento de todos módulos e dos trabalhos artísticos finais. Também desenvolve uma oficina introdutória, intitulada “Como funciona a sociedade”, ressaltando as dimensões da arte na sociedade.

“O Projeto Ruar decorre de experiências tidas com a UEL na formação de produtores e agentes socioculturais. O próprio Quizomba teve origem, em 2005, por um projeto de formação parecido. Nesses quase 20 anos, temos nos dedicado a aperfeiçoar essas propostas de formação de trabalhadoras e trabalhadores de cultura com dimensões éticas democráticas e inclusivas, capacidade técnica, boa formação teórica e capacidade de ação na promoção da diversidade e da qualidade da programação artístico cultural”, contou Piau. Com informações do N.Com.