Em Londrina, Projeto ConnectX prepara alunos da rede pública para ingresso nas universidades públicas
O intuito é incentivar a adesão desses alunos ao Aprova Paraná Universidades, sistema do Governo do Paraná que reserva 20% das vagas das universidades estaduais a quem está finalizando o Ensino Médio e realizou a Prova Paraná Mais

Uma iniciativa inédita para beneficiar estudantes do 3º ano do Ensino Médio da rede pública foi lançada na terça-feira (24) em Londrina. É o ConnectX, que vai ofertar 250 vagas presenciais do curso pré-vestibular do Colégio Maxi de forma totalmente gratuita, além de outras 5 mil vagas na modalidade de ensino à distância. O intuito é incentivar a adesão desses alunos ao Aprova Paraná Universidades, sistema do Governo do Paraná que reserva 20% das vagas das universidades estaduais a quem está finalizando o Ensino Médio e realizou a Prova Paraná Mais.
O ConnectX é uma realização do Grupo Giusto 5, mantenedor do Colégio Maxi, em parceria com a Prefeitura de Londrina, por meio do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel). O lançamento foi realizado no auditório da Prefeitura, na tarde desta terça-feira (24), com a presença do prefeito Tiago Amaral e do CEO do Grupo Giusto 5, Bruno Chaves. Os últimos dados do Aprova Paraná Universidades mostram que há sobra de vagas nas instituições públicas de Ensino Superior. Pelo último edital, em 2024, a Universidade Estadual de Londrina (UEL) ofertou 598 vagas. Dos 111 candidatos inscritos, somente 75 se classificaram.
Dessa forma, o objetivo do ConnectX é oferecer aos alunos da rede pública o padrão de qualidade do ensino Maxi, com foco na aprovação e no ingresso em universidades públicas, principalmente a UEL. Para o prefeito Tiago Amaral, essa é uma oportunidade única. “A nossa Universidade Estadual de Londrina é uma das mais concorridas do Brasil e é sinônimo de muita qualidade. Claro que a gente não pode garantir vagas restritas ou destinadas exclusivamente para os londrinenses, mas a gente pode garantir, por exemplo, uma preparação melhor para ter acesso a essas vagas. E é exatamente isso que o Maxi está fazendo, um colégio de extrema qualidade e reconhecido por todos. Estou muito feliz com essa parceria, porque isso significa dizer que mais londrinenses, principalmente aqueles que não têm hoje condições financeiras, que não estão em condições de participar dessa disputa de igual para igual, com essa parceria com o Maxi passam a ter essa possibilidade e consigam acessar a melhor universidade, uma das melhores do Brasil, que é a nossa UEL”, frisou.
O prefeito citou ainda que as parcerias entre o poder público e a iniciativa privada, como essa, são necessárias para o desenvolvimento da cidade e incentivadas pela sua gestão. “O que a gente está procurando em Londrina é trabalhar com pessoas e empresas que acreditam na nossa cidade, que acreditam nos londrinenses e que queiram colocar aquilo que têm de melhor, seu serviço, seu trabalho ou seu produto à disposição para melhorar a nossa cidade. Então, essa estratégia com o Maxi melhora e muito a qualidade de vida, a condição de vida e a probabilidade que a gente tem de pessoas em situação de vulnerabilidade, pessoas carentes ou que não tenham tantas condições, de efetivamente chegarem nesse grande sonho, que é realmente ter a formação na nossa UEL”, acrescentou.
O CEO do Grupo Giusto 5, Bruno Chaves, adiantou que o projeto-piloto do ConnectX terá quatro meses de aulas, no período vespertino, com início em agosto e término na data da Prova Paraná Mais, prevista para ocorrer em novembro. Para 2026, a proposta é tornar o curso semiextensivo, antecipando as primeiras aulas para o mês de março. “A proposta é aliar a qualidade do Maxi e trazer isso para a rede pública, por meio de um curso pré-vestibular focado para alunos da rede pública. Então, nós vamos ter professores, coordenação e material didático do Maxi, com toda a qualidade, reputação e o prestígio que o Maxi tem ao longo desses 40 anos em Londrina. A ideia é levar isso primeiramente para as escolas públicas estaduais da cidade e, futuramente, expandir”, ressaltou.
As aulas presenciais serão realizadas na unidade localizada na Rua Benjamin Constant, esquina com a Hugo Cabral. Já as aulas on-line terão polos nos colégios e escolas estaduais, com transmissão ao vivo, e, para isso, é necessária a adesão dessas unidades escolares. Essa etapa está sendo intermediada pela Prefeitura, por meio da Codel e da Secretaria Municipal de Educação (SME).
Durante o lançamento, a secretária municipal de Educação, Vânia Costa, citou que a rede municipal abrange as séries iniciais do Ensino Fundamental, mas muitos desses alunos seguem na rede pública e estão, atualmente, nos colégios do Estado. “Vamos, sim, ajudar e apoiar para que esse projeto se desenvolva com excelência. Com certeza será um sucesso, porque ele traz o complemento e incentivo que muitos alunos da rede pública precisam. E as escolas já têm o espaço necessário para serem polos, então estamos intermediando com o Núcleo Regional para que haja adesão”, comentou.
O diretor de Ciência e Tecnologia da Codel, Hemerson Ravaneda, reforçou que o instituto é parceiro do projeto por se tratar de uma proposta focada no desenvolvimento da cidade por meio da educação. “A Codel busca sempre aumentar a inclusão e o acesso do estudante londrinense às universidades públicas. E, nesse sentido, vem o ConnectX, do Colégio Maxi. É uma iniciativa nova, e a gente gostou bastante justamente por isso, para poder conectar essa população que, normalmente, não tem acesso à universidade pública. Hoje, a universidade pública demanda um estudo mais aprofundado, um Ensino Médio melhor, o que acaba deixando muito aluno cotista fora, porque ele não consegue alcançar ou opta por cursos menos concorridos, o que a gente não acredita ser justo. E esse projeto vem incluir esse jovem, que também tem o direito de disputar as mesmas vagas como qualquer outro”, frisou.
Com 40 anos de experiência como professor de Química, tanto no Ensino Médio quanto no curso preparatório para vestibulares, o professor Marco Aurélio Batyras explicou que o conteúdo abordado nas aulas do ConnectX vai se somar ao que o aluno já está aprendendo em seu colégio, potencializando seu conhecimento. “Os professores do Maxi, com experiência em pré-vestibular, vão ser como um vetor de deslocamento e vão fazer com que esse aluno tenha o melhor aproveitamento. Então, quem vem da rede pública tem um conteúdo, e nós vamos colocar aquilo que é mais importante para a aprovação no vestibular, pela experiência que todos têm. Por exemplo, lá na rede pública ele tem duas aulas semanais de Química, e conosco ele vai ter uma carga horária um pouco maior, o que vai possibilitar fazer mais testes, treinar mais e aprimorar o seu conhecimento, seja em Química, Biologia ou outra matéria. E isso vai fazer com que ele chegue à prova com uma qualidade melhor, tendo uma possibilidade de entrar na universidade muito maior e melhor que os outros”, contou.
Batyras citou ainda que não haverá processo seletivo para os alunos interessados em participar, dado o grande número de vagas para aulas presenciais (250) e remotas (5.000). “Neste momento, todos os alunos que forem inscritos terão a possibilidade de receber suporte. Porém, só 250 vagas são no modelo presencial; temos um número que pode chegar até 5 mil no on-line. E aí está o grande diferencial: são aulas ao vivo, que o aluno, lá no seu polo, no seu colégio, vai ter a possibilidade de assistir com toda a interatividade que a tecnologia nos proporciona. Este ano completo 40 anos de sala de aula, são 40 anos de experiência querendo, gostando, amando o que a gente faz e tentando o melhor, que é levar essa moçada de Londrina, principalmente, para fazer a Universidade Estadual de Londrina. Eu sou formado na UEL, foi uma das faculdades que cursei e tenho orgulho disso. Então, quero que o meu aluno também tenha orgulho de frequentar a UEL, porque ela é nossa”, concluiu. Com informações do N.Com.

