Em Londrina, Triolé estreia novo espetáculo “O último tranco” nesta sexta-feira
Foto: Divulgação/ Triolé

Envolvidos pela realidade da pandemia e suas consequências, o Triolé estreia na Divisão de Artes Cênicas da UEL (avenida Celso Garcia Cid, 205), nesta sexta-feira (03), o espetáculo “O último tranco”. A apresentação começa às 20 horas e visa trazer aos espectadores reflexões que permeiam temáticas da morte, como memória, rituais e saudade. O show ainda terá sessões no sábado (04) e domingo (05), e retorna nos dias 10 e 11 de maio. Sexta-feira (03) e sábado (04) o horário de início será 20 horas e domingo a partir das 19 horas. Os ingressos são gratuitos e devem ser retirados meia hora antes, na portaria do teatro. O espetáculo é recomendado para maiores de 10 anos. No palco, os palhaços Lambreta e Mereceu se apresentam em um espaço de realidade distópica. Uma mistura de laboratório, sala médica, mecânica de carros, que se espalha desde o ambiente até o figurino das figuras. Ao centro da cena, o corpo-objeto da despedida se prostra sobre uma mesa com lençol branco. Essa é a fonte do desespero e causa do pranto dos palhaços Lambreta e Mereceu que, em meio aos sentimentos comicamente expostos, elaboram os rituais necessários – ou não – para a realização da devida despedida. O espetáculo “O último tranco” é uma realização do Grupo Triolé e conta com o patrocínio da Prefeitura de Londrina por meio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic) da Secretaria Municipal de Cultura. Dirigido pela Mestra Lily Curcio (in memoriam), o espetáculo “O último tranco” é o momento do grupo Triolé em se aventurar por outros ambientes, de temática intimista, abrindo espaço para a alternância entre silêncio e som. Visando desnudar os conceitos apresentados, de modo a poder exibi-los de maneira lúdica e transcendental por meio da linguagem da Palhaçaria, muitas referências foram buscadas pelo grupo desde 2020, com temáticas advindas da pandemia. “Para além do tema da morte e os seus rituais, a gente pesquisou muitos filmes e livros que retratavam a temática da distopia, desde o filme Mad Max e o filme e livro 1984 (George Orwell). Outro referencial que foi muito forte para nós foram as obras do Bispo do Rosário, por meio da sua produção artística e a maneira de como ele viveu”, relatou o ator Gerson Bernardes, responsável por dar vida ao palhaço Lambreta. Segundo Bernardes, as pesquisas partiram dos seus estudos e de Alexandre Simioni, intérprete do palhaço Mereceu no espetáculo. “A gente teve uma pesquisa teórica com o pesquisador e filósofo Gandhy Piorski, sobre os temas da memória, saudade, morte, lutos, rituais e um trabalho de preparação corporal e preparação afetiva em palhaçaria, com a Grita Cia de Palhaças.”, salientou. O espetáculo ainda conta com a participação de 17 profissionais, compondo toda a produção do evento. Demais estudos realizados pelos participantes do projeto mostraram caminhos dentro do campo da Filosofia e demais Ciências Humanas, passando por aspectos das Artes Visuais e do estudo musical, tudo caminhando para encontrar os saberes populares da prática circense, dos rituais religiosos aos populares. Com informações do N.Com.