Entidades ligadas à educação aprovam suspensão do novo ensino médio
Especialistas defendem diálogo com o governo para novo formato

O Ministério da Educação (MEC) suspendeu por 60 dias a implementação do Novo Ensino Médio (NEM) para avaliação e reestruturação da política nacional sobre o ensino médio. A portaria com a decisão começou a valer a nesta quarta-feira (5), ao ser publicada no Diário Oficial da União. A medida foi bem recebida por entidades e especialistas, que argumentam que a decisão deve ser tomada em diálogo com o setor educacional. A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) considerou a suspensão importante para professores e alunos, mas defendeu a participação dos estudantes na elaboração do novo currículo.
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O Todos pela Educação aprovou a suspensão, mas argumentou que o MEC precisa dar mais clareza às secretarias de Educação, escolas, profissionais e estudantes sobre o que isso vai significar no dia a dia. A Campanha Nacional pelo Direito à Educação afirmou que a medida é um “primeiro passo” e requer providências posteriores. Para especialistas, o modelo de ensino médio proposto aprofunda as desigualdades de acesso ao saber produzido pela humanidade. Enquanto isso, o Enem de 2023 não será impactado pela suspensão de 60 dias, mas a grande discussão está em torno da aplicação das provas do Enem do próximo ano.
Alguns especialistas propõem a revogação do novo ensino médio e a implementação das Diretrizes Curriculares do Ensino Médio de 2012, que orientam para uma formação para o mundo do trabalho, que possa integrar as disciplinas de formação geral a disciplinas de formação profissional nas modalidades integradas. O ajuste dos pontos falhos do novo modelo também é defendido, como a melhoria da infraestrutura das escolas, apoio aos professores e formação de diretores escolares.
Com informações da Agência Brasil.