Ação da Justiça contra Bolsonaro pode dificultar negociações de tarifas, diz Mailson

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O ex-ministro da Fazenda Mailson da Nobrega disse nesta sexta-feira, 18, ao Broadcast achar não ser improvável que o presidente norte-americano, Donald Trump, aumente as ameaças contra o Brasil agora que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de ação da Polícia Federal em cumprimento de ordem expedida pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Maílson citou artigo da revista The Economist, que em um de seus artigos disse que Trump recorre a práticas de mafiosos para alcançar o que deseja e que o presidente Lula se equivoca ao falar mal do presidente dos EUA. De acordo com ele, nenhum chefe de Estado de país que está sendo vitimado pelas tarifas de Trump bateu boca com ele. “Com mafiosos a gente não discute porque as armas que eles usam não são as mesmas. Mafioso mata!”, disse Mailson acrescentando que o melhor que Lula faria era ficar calado e deixar quem tem experiência no assunto negociar com os EUA as tarifas.

Trump, de acordo com o ex-ministro, tem as armas e não pensa antes de usá-las. “Ele não mede as consequências das ações que toma. O americano tem por hábito tomar suco de laranja no café da manhã. Trump não está pensando nisso, em que os preços podem aumentar. Ele chegou ao ponto de implicar com o xing-ling da Rua 25 de março. Onde que o xing-ling da 25 de Março vai impactar a economia americana?”, ironizou o ex-ministro.

Ainda, de acordo com Maílson, o governo brasileiro não criou um comitê de negociação com Trump como fizeram outros países. Para ele, o Brasil poderia estar fazendo lobby nos Estados Unidos para angariar apoio de empresários locais de setores como aço e suco de laranja, por exemplo, que dependem das importações do Brasil.

“Lá o lobby é legal”, disse Mailson ao acrescentar que Lula pode ganhar algum capital político no curto prazo com o enfrentamento ao Trump, mas que no médio e longo prazo pode perder muito se as tarifas não forem negociadas. Isso porque, avalia, se as tarifas forem implementadas, elas impactarão a inflação e o BC terá que aumentar mais juros.

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Estadão

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