Arsenal da guerra entre agentes e CV no Rio: Drones com bomba, fuzis, helicópteros e blindados
Ao menos 60 suspeitos e 4 policiais morreram nesta terça-feira, 28, durante uma megaoperação no Rio de Janeiro nos complexos do Alemão e da Penha contra o Comando Vermelho (CV). A operação foi a mais letal da história do Estado do Rio de Janeiro.
Esta megaoperação envolveu um verdadeiro aparato de guerra:
– cerca de 2,5 mil policiais;
– drones (os bandidos chegaram a lançar bombas por meio desses equipamentos);
– 31 fuzis apreendidos;
– dois helicópteros;
– 32 blindados terrestres usados pelas forças de segurança;
– 12 veículos de demolição do Núcleo de Apoio às Operações Especiais da PM;
– ambulâncias para resgate.
Policiais militares do Comando de Operações Especiais e das unidades operacionais da PM da capital e região metropolitana participam das ações.
Já a Polícia Civil mobilizou agentes de todas as delegacias especializadas, distritais, da Core, do Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro e da Subsecretaria de Inteligência.
Reação do CV
O Comando Vermelho reagiu à operação e lançou bombas por meio de drones, o que transformou a região em um cenário de guerra, com reflexos em importantes vias da cidade, como a Avenida Brasil e a Linha Amarela.
No Alemão e na Penha, pelo menos 87 escolas tiveram as atividades afetadas – 48 nem chegaram a abril. O total de alunos impactados foi de 29 mil.
À tarde, o governador Cláudio Castro (PL) afirmou que ao menos 31 fuzis foram apreendidos na operação.
A ação, que repete cenas de guerras como a da Ucrânia e na Faixa de Gaza, expõe o poder crescente do crime organizado no País e as dificuldades do poder público de reprimir o narcotráfico, com efeitos violentos para os moradores das comunidades pobres.
“São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem. Casas construídas de forma irregular, becos que é impossível fazer o patrulhamento”, disse Victor Santos, secretário da Segurança Pública do Rio.
Operações mais letais
Segundo o relatório Chacinas Policiais, produzido pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF), no período de 2007 a 2021, foram realizadas 17.929 operações policiais em favelas na Região Metropolitana do Rio, das quais 593 terminaram em chacinas, com um total de 2.374 mortos. Isso representa 41% do total de óbitos em operações policiais no período.
Além disso, o estudo mostra que o Jacarezinho era, até então, a localidade com o maior número de mortos em chacinas.
Veja as operações mais letais no Rio de Janeiro:
Complexo do Alemão e Penha: 64 mortos, 2025
Jacarezinho: 28 mortos, 2021
Penha: 23 mortos, 2022
Complexo do Alemão: 19 mortos, 2007
Complexo do Alemão: 17 mortos, 2022

