Ataques a ônibus em SP: empresas denunciam vandalismo desde o início do ano

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Levantamento do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) registra atos de vandalismo e depredações contra os ônibus na capital desde janeiro. A onda de violência não é recente e já soma 855 depredações em 2025, segundo a entidade.

Os dados consideram os ônibus municipais da capital. Não entram na conta, portanto, coletivos intermunicipais, das cidades vizinhas nem do litoral, regiões que também registram atos de violência no transporte coletivo.

Questionada sobre a ocorrência de casos desde janeiro, a Secretaria da Segurança Pública diz apenas que “as forças de segurança seguem mobilizadas para coibir e investigar os ataques a ônibus”. E diz que “7,8 mil policiais e 3,6 mil viaturas estão mobilizadas em todo o Estado” para a garantir a segurança dos trabalhadores e dos passageiros.

Apesar da operação policial montada pelo governo estadual na última semana, os ataques continuam. O recorde para um mesmo dia foi nessa segunda-feira, 7, quando 59 coletivos foram vandalizados em várias regiões da cidade.

O governo estadual não tem uma investigação concluída sobre os motivos dos ataques – entre as hipóteses, estão a briga entre empresas de viação (leia mais abaixo). O mês mais violento foi junho, com 270 ataques, média de três ônibus depredados por dia, conforme o sindicato.

O órgão afirma ainda que foram feitas prisões, entre elas, a do suspeito de atirar uma pedra em um ônibus no último dia 27, na Avenida Washington Luís, zona sul de São Paulo, ferindo gravemente uma passageira. De acordo com os investigadores, ele é filho de um motorista de ônibus.

Ainda segundo os investigadores, a filiação do suspeito reforça a tese de que os atos de vandalismo podem ter sido motivados pela rivalidade e a disputa por espaço entre empresas de ônibus.

Em janeiro, a Prefeitura de São Paulo proibiu as empresas UPBus e a Transwolff de operarem linhas de ônibus na capital.

Além das disputas entre empresas do setor, a Polícia Civil tem duas linhas de investigação:

ataques por pessoas influenciadas por desafios criados na internet;

ação coordenada pela facção criminosa (PCC);

Questionada sobre os registros dos primeiros ataques, a SPTrans não se manifestou. O órgão da Prefeitura informou a totalização apenas desde 12 de junho: foram 338 ônibus do sistema municipal depredados, incluindo oito, na terça-feira, 8.

No período de acirramento dos ataques entre 1º de junho e 1º de julho, a região central foi o principal alvo dos vândalos, com 80 ocorrências; em seguida, vem a zona sul, com 51 casos.

Entre as empresas mais atingidas estão a Viação Metrópole (41 ocorrências), Mobibrasil (39), Santa Brígida (32) e Via Sudeste (27). As empresas do setor afirmam que o aumento das ocorrências já dificulta a reposição dos vidros. Em caso de ataque, a empresa encaminha o veículo para manutenção e deve substitui-lo por outro da reserva técnica para a próxima viagem.

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Estadão

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