Augusto Melo é alvo de pedido de destituição por ‘gestão temerária’ e contas reprovadas
O ambiente político do Corinthians continua inflamado após a divulgação do balanço financeiro do clube em 2024 com crescimento exponencial de seu passivo. O presidente Augusto Melo foi alvo nesta terça-feira do quarto pedido de destituição, desta vez protocolado junto ao comando do Conselho Deliberativo pela Comissão de Justiça do mesmo órgão.
No pedido, membros da comissão apontam “gravíssimas contratações” averiguadas por diferentes instâncias do clube com relação às finanças do Corinthians. É solicitado de forma liminar o afastamento imediato de membros da diretoria vinculados a malfeitos no clube e, quando averiguado o mérito da causa, a destituição definitiva e inelegibilidade por 10 anos. Na peça, são citados dois artigos como argumento para a saída de Augusto Melo da presidência do clube do Parque São Jorge.
O documento aponta os seguintes motivos: não terem sido aprovadas as contas da sua gestão, ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária e prática de ato de gestão irregular ou temerária.
O texto entregue ao presidente do Conselho Deliberativo expressa que não há de se fazer qualquer juízo sobre o fato concreto que foi a reprovação das contas da gestão. “Alternativa não resta, senão a instauração do processo de destituição do presidente”, diz trecho do relatório obtido pela reportagem do Estadão.
O Conselho de Justiça, presidido por Leonardo Pantaleão, também cobra esclarecimentos sobre os contratos firmados com a Ernst & Young e o holandês Memphis Depay. Em ambos os casos é citada a falta de transparência como motivação para o pedido de informações capazes de averiguar se os acordos foram vantajosos para o Corinthians.
Augusto Melo é alvo de outros três pedidos de impeachment. O primeiro foi protocolado em setembro do ano passado, referente ao caso Vai de Bet. O processo avançou, mas está parada no Conselho Deliberativo, cuja reunião não tem data para ser retomada. O segundo pedido foi realizado pelo próprio Cori por falta de clareza na apresentação de informações sobre as finanças do clube.
O responsável por protocolar o terceiro pedido de impeachment foi Paulo Roberto Bastos Pedro, membro do Conselho de Orientação (Cori), órgão fiscalizador do clube.
Um documento elaborado pelo Cori apontou um aumento de R$ 829 milhões do passivo total do clube ao longo do primeiro ano de gestão de Augusto Melo. Segundo o balaço financeiro do Corinthians, a dívida total é de R$ 2,4 bilhões.