Aumenta casos de síndrome respiratória aguda grave por gripe em São Paulo
Os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) associados ao vírus influenza A, um dos quatro tipos causadores da gripe (A, B, C e D), seguem aumentando na cidade de São Paulo, de acordo com o novo Boletim InfoGripe, publicado nesta quinta-feira, 23, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A cidade e outras cinco capitais estão em nível de alerta, risco ou alto risco de SRAG, com tendência de crescimento nas últimas seis semanas: Aracaju, Belém, Cuiabá, Palmas e Rio Branco. O avanço da condição tem sido mais evidente entre crianças e adolescentes de até 14 anos, embora também haja aumento entre idosos em São Paulo e Palmas.
Outras dez capitais apresentam níveis elevados de incidência, mas sem crescimento recente: Boa Vista, Brasília, Florianópolis, João Pessoa, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e Vitória.
Em relação aos estados, seis têm incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco com sinal de crescimento na tendência de longo prazo. São eles: Acre, Pará, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina e Tocantins.
Além disso, outros 11 estados apresentam incidência em níveis de alerta, risco ou alto risco, mas sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Sul e Sergipe.
Vírus em circulação
No Acre, Amazonas, Roraima, Rio de Janeiro e Santa Catarina, o rinovírus se mantém como um dos principais responsáveis pelo aumento de casos de SRAG, especialmente em crianças e adolescentes.
Em Santa Catarina, para além do rinovírus, o aumento dos casos de SRAG nas crianças de até dois anos também tem sido impulsionado pelo metapneumovírus.
No Espírito Santo, os casos associados à covid-19 em idosos são considerados altos para a região, mas permanecem estáveis.
Ainda em relação à covid-19, as notificações de quadros graves continuam em crescimento no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.
“A vacinação é a principal forma de prevenção contra as formas mais graves e óbitos causados por esses vírus”, reforça Tatiana Portella, pesquisadora da Fiocruz.
Balanço
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, os testes realizados em pacientes com SRAG apontaram 38,8% de positividade para rinovírus, 21,1% para influenza A, 15,7% para Sars-CoV-2 (vírus responsável pela covid-19), 7,8% para vírus sincicial respiratório (VSR) e 1,5% para influenza B.
Entre os pacientes que vieram a óbito, 49,5% dos exames indicaram a presença do Sars-CoV-2; 22,3%, rinovírus; 18,5%, influenza A; 5,4%, VSR; e 3,3%, influenza B.
Desde janeiro, foram notificados 197.033 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Brasil. Desse total, 52,7% (103.885) tiveram resultado positivo para algum vírus respiratório, 36,1% (71.215) foram negativos e 4,6% (9.040) ainda aguardam o resultado laboratorial.
Entre os casos confirmados, 41,1% foram causados por VSR; 27,8% por rinovírus; 23,3% por influenza A; 8,1% por Sars-CoV-2 (covid-19) e 1,2% por influenza B.
No mesmo período, foram registrados 11.777 óbitos por SRAG no Brasil. Desses, 51,3% (6.043) tiveram confirmação para algum vírus respiratório. Entre esses casos, 50% foram atribuídos à influenza A; 23,2% ao Sars-CoV-2; 14,1% ao rinovírus; 11,7% ao VSR e 1,8% à influenza B.

