BC divulga 1ª projeção para crescimento do PIB de 2026, de 1,5%
O Banco Central (BC) reduziu a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025, de 2,1% para 2,0%. Os números constam do Relatório de Política Monetária (RPM) do terceiro trimestre, publicado nesta quinta-feira. A previsão está abaixo da mediana do último relatório Focus, de 2,16%.
A autoridade monetária também divulgou, pela primeira vez, a sua projeção para o crescimento do PIB brasileiro em 2026, de 1,5%. Essa estimativa também está aquém da mediana do Focus, de 1,80%.
A nova projeção para 2025 incorpora mudanças nas estimativas para o PIB agropecuário (8,0% para 9,0%), e industrial (1,9% para 1,0%) e mantém Serviços em 1,8%. Pelo lado da demanda, a autoridade monetária ajustou as previsões para o consumo das famílias (2,1% para 1,8%) e do governo (1,2% para 0,5%), Formação Bruta de Capital Fixo (2,8% para 3,3%), importações (3,5% para 4,5%) e exportações (3,5% para 3,0%).
Para 2026, o BC prevê altas de 1,0% para a agropecuária, de 1,5% para os serviços e de 1,4% para a indústria. Pelo lado da demanda, a autarquia estima altas de 1,4% no consumo das famílias, de 1,0% no consumo do governo, de 0,3% na FBCF, de 1,0% nas importações e de 2,5% nas exportações.
Na avaliação da autarquia, a forte base de comparação deve limitar o crescimento da agropecuária em 2026. “A safra recorde de grãos em 2025 contou com condições climáticas bastante favoráveis, que podem não se repetir em 2026. Além disso, o aumento nos preços relativos de defensivos e fertilizantes tende a reduzir o seu uso, com impacto negativo sobre a produtividade”, considerou, acrescentando que, na pecuária, o BC projeta moderação no abate de bovinos, reflexo da crescente participação de fêmeas nos abates dos últimos anos, fator que pode reduzir a disponibilidade de animais.
Para o setor de serviços, a autoridade monetária espera um “avanço robusto” no ano que vem, embora inferior ao observado em 2025. Já para a indústria, a avaliação é a de que vai se sobressair como exceção o setor extrativo, cuja previsão aponta para nova alta relevante, sustentada por prognósticos favoráveis dos principais produtores de petróleo e minério de ferro.
Do lado da demanda, ainda sobre 2026, o BC acredita que a desaceleração do consumo das famílias deve refletir, entre outros fatores, um menor ritmo de expansão da população ocupada. “Em contrapartida, a resiliência da renda disponível das famílias deve contribuir para mitigar, em parte, a perda de dinamismo do consumo.”
A redução do crescimento da FBCF em comparação ao projetado para 2025 reflete, conforme o Banco, tanto a expectativa de um ritmo moderado de expansão ao longo do ano, sob efeitos da política monetária em terreno contracionista, quanto a previsão de um efeito de carregamento estatístico limitado do quarto trimestre de 2025 para 2026. “Adicionalmente, a projeção contempla um volume menor de importações de plataformas destinadas à produção de petróleo, relevante fator para a expansão do investimento em 2025.”