Bolsonaro critica presença de Janja na China: ‘vexame atrás de vexame’

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O TikTok tem sido um dos pontos de tensão entre China e Estados Unidos, em meio à pressão do governo americano para que a companhia se desfaça do aplicativo nos EUA. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou nesta quarta-feira, 14, a presença da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, na China, onde acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em compromissos oficiais. Segundo relatos de integrantes da comitiva ao G1, Janja teria causado desconforto ao mencionar o TikTok, rede social controlada por uma empresa chinesa, durante um jantar com o presidente Xi Jinping.

“O Brasil é um país grande, com uma economia relevante, e deve manter alinhamento com os Estados Unidos. Hoje em dia, até ele (Lula) se preocupa com o crescimento da China. A postura do Lula lá fora é constrangedora. A Janja dá declarações que sugerem censura. É só vexame atrás de vexame”, declarou Bolsonaro em entrevista ao portal UOL.

Lula afirmou que foi ele que iniciou uma conversa sobre o TikIok com Xi, e minimizou a intervenção da primeira-dama. O presidente disse que Janja “pediu a palavra” para comentar abusos registrados na plataforma. “Fui eu quem fez a pergunta. Perguntei ao companheiro Xi Jinping se seria possível enviar ao Brasil uma pessoa de confiança para dialogar sobre a questão digital, especialmente em relação ao TikTok. A Janja, então, pediu a palavra para expor o que está ocorrendo no Brasil, principalmente contra mulheres e crianças”, afirmou Lula.

O TikTok tem sido um dos pontos de tensão entre China e Estados Unidos, em meio à pressão do governo americano para que a companhia se desfaça do aplicativo nos EUA.

Reações sobre declaração de Janja

Aliados do ex-presidente também criticaram a atuação da primeira-dama. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) ironizou o episódio nas redes sociais: “Nem o Xi Jinping quis render a narrativa de algoritmo da Janja”, escreveu o parlamentar no X (antigo Twitter).

Outro opositor do governo Lula, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que “Janja foi pra China, tentou lacrar… e passou vergonha internacional”. A ministra das Relações Institucionais do governo Lula, Gleisi Hoffmann, defendeu Janja e rebateu a declaração de Bolsonaro. Para Gleisi, “quem envergonhou e continua envergonhando o Brasil diante do mundo é o réu Jair Bolsonaro”.

A ministra afirmou que foi Bolsonaro quem criou crises com a China, além de ter demonstrado sua “subserviência a interesses estrangeiros”. “Vexame é defender intervenção daquele país (EUA) na política e no Judiciário do Brasil, como fazem Bolsonaro e sua família”, escreveu a ministra também no X.

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Estadão

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