Bradesco tem lucro líquido de R$ 6,1 bi no 2º trimestre
O Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 6,1 bilhões no segundo trimestre deste ano, resultado 28,6% maior que o do mesmo período do ano anterior, e 3,5% superior ao do primeiro trimestre. O retorno sobre o patrimônio líquido foi de 14,6%, alta de 3,2 pontos porcentuais em um ano, e de 0,2% em um trimestre.
Ao comentar o balanço do período, o presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou que o segundo trimestre representa o sexto trimestre seguido de aumento do resultado e que é fundamental que a instituição seja “consistente” para “caminhar com segurança”.
A carteira de crédito ampliada cresceu 11,7%, para R$ 1,018 bilhão ao final do segundo trimestre frente ao mesmo período de 2024, enquanto avançou 1,3% na comparação trimestral.
A margem financeira bruta chegou a R$ 18 bilhões no trimestre, crescendo 15,8% em base anual e 4,7% na trimestral. Já a margem financeira líquida somou R$ 9,9 bilhões, alta de 19,4% em base anual e de 3,2% frente ao primeiro trimestre.
A receita total atingiu R$ 34 bilhões no trimestre, crescendo 15,1% ano a ano, impulsionada por forte crescimento em todas as linhas, segundo o banco: margem financeira total, receitas com serviços e seguros. Frente ao primeiro trimestre, houve aumento de 5,2%.
“Como indicado no nosso guidance (projeção), o desempenho das receitas será a principal razão para o aumento da nossa rentabilidade em 2025”, afirmou o Bradesco em nota.
Serviços
As receitas de prestação de serviços cresceram 10,6% em base anual e 5,5% na trimestral, para R$ 10,3 bilhões. A alta anual das receitas foi puxada pelo segmento de cartões (aumento de 20%), e consórcios (21%). As receitas com cartões somaram R$ 4,46 bilhões. O segmento alcançou volume de R$ 91 bilhões, crescimento de 10% no ano.
Em contas correntes, o Bradesco teve R$ 1,6 bilhão em receitas, volume 2,6% menor do que no mesmo período do ano anterior. O banco manteve o patamar de 38,1 milhões de correntistas.
Em subscrição e assessoria financeira, o Bradesco BBI (de investimentos), teve receitas de R$ 635 milhões, volume 34% maior em 12 meses. O BBI assessorou 108 operações no segundo trimestre, totalizando mais de R$ 190 bilhões em volume de transações.
Inadimplência
A inadimplência (atrasos acima de 90 dias) ficou em 4,1% no segundo trimestre. No mesmo período de 2024, o indicador estava em 4,3% e no primeiro trimestre de 2025, em 4,1%, mostrando estabilidade na comparação trimestral.
No segmento de pessoas físicas, o índice foi de 5,1%, mesmo patamar do primeiro trimestre, e ligeiramente menor que os 5,2% de um ano antes.
Na carteira de grandes empresas, a inadimplência foi de 0,4%, ante 0,2% um ano antes e de 0,3% em março deste ano. “Nossa inadimplência acima de 90 dias apresenta estabilidade no trimestre em praticamente todos os segmentos”, ressaltou a instituição.
Desaceleração
“A economia começou a desacelerar de forma mais evidente no segundo trimestre e esperamos que desacelere mais daqui para frente. Assim, é preciso manter a nossa cautela, preservar a boa qualidade das novas safras de crédito, sem perder bons negócios”, disse Marcelo Noronha.
Ele afirmou ainda que no segundo trimestre o Bradesco apresentou crescimento importante em todos os três principais componentes das receitas: margem financeira total, receitas com serviços e seguros. “Nossa tração comercial nos permite avançar em várias linhas ao mesmo tempo.”
Para o restante do ano, o presidente do Bradesco previu que as receitas continuarão “a dar o tom do aumento da rentabilidade”, e que o “plano de transformação continua sendo executado em ritmo acelerado”. Noronha afirmou ainda que, assim como disse no trimestre passado, a qualidade dos ativos é “cláusula pétrea”, inegociável.
O presidente do banco comentou que, embora o Bradesco tenha superado a marca de R$ 6 bilhões de lucro, ainda está longe de onde pretende chegar. “Nosso plano divulgado há um ano e meio é para aumentar a nossa competitividade no curto e no longo prazo. Estamos num bom caminho, a execução do plano tem andado como previsto, e temos iniciativas importantes para entregar ainda em 2025”, disse.
Noronha acrescentou que a produtividade está aumentando, mas que o maior ganho de eficiência ainda está por acontecer. “Estamos jogando as sementes dessa transformação, com mais investimentos em tecnologia, reskilling (requalificação profissional) de pessoas e estrutura organizacional com mais autonomia e agilidade de decisão para os nossos executivos.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.