Comando Vermelho: saiba quem é ‘BMW’, apontado como chefe do grupo de matadores
Denúncia feita pelo Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro à Justiça sobre o Comando Vermelho (CV) aponta nomes importantes dentro da facção – o órgão elenca 69 nomes como as principais lideranças no Complexo da Penha, além de seus gerentes e soldados do tráfico. Os complexos de favela da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio, foram alvos de uma megaoperação das polícias Civil e Militar na terça-feira, 28, que terminou com 121 mortos, sendo quatro policiais.
A denúncia do MP separa os integrantes do CV em três grupos:
principais lideranças, com atuação no Complexo da Penha e seus homens de maior confiança;
gerentes do tráfico local e de localidades coligadas;
soldados do tráfico e outros membros de menor hierarquia.
Entre os denunciados pelo MP no grupo de “principais lideranças” está Juan Breno Malta Ramos, conhecido como “BMW”, apontado como chefe do grupo “Sombra”. A reportagem não localizou a defesa de Ramos.
Quem é o BMW?
Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, também conhecido como BW ou BMW, é um mineiro de Belo Horizonte que, segundo o MP, exerceria as funções de gerente do tráfico na região da Gardênia Azul, na zona oeste, e também chefe de um grupo chamado “Sombra”.
O que é o grupo Sombra do CV?
Segundo o MP, o grupo Sombra consiste em uma equipe composta por matadores a serviço do Comando Vermelho. Eles trabalham na ofensiva da facção criminosa na região da grande Jacarepaguá, no Rio.
O que diz o MP sobre BMW?
Por exercer a função de ampliar os domínios da facção, BMW controla grandes quantias de dinheiro. Com esses recursos, ele compraria armas de grosso calibre e faria investimentos em segurança, possuindo “diversas câmeras de monitoramento no Complexo da Penha e na comunidade Gardênia, algumas com sensor de movimentação”.
Arsenal de uso restrito militar de alta letalidade
Ainda segundo o MP, “o denunciado JUAN BRENO, vulgo ‘BMW’, atualmente, goza de prestígio e alta posição hierárquica dentro do Comando Vermelho. Ele atua na área operacional, na liderança de um grupo violento que emprega armas de fogo de grosso calibre em suas ações e atua com violência extrema contra rivais”.
“De sorte a ter predomínio bélico”, diz o documento, “o denunciado JUAN BRENO ostenta e exibe armamento de uso restrito militar de alta letalidade e bastante variado”.
Instrutor de ‘soldados’
Segundo o MP, o suspeito também teria a função de treinar “soldados” do tráfico, “usando de sua larga experiência no emprego de armas de grosso calibre para instruir mais criminosos a serviço do Comando Vermelho”.
Tortura transmitida ao vivo em vídeo
A denúncia credita a ele ainda a prática de “punições e tortura contra moradores”, organizando os chamados tribunais do tráfico, “com autonomia para determinar a execução de rivais de menor expressão”.
Os investigadores afirmam ter tido acesso a um vídeo no qual um homem é “arrastado por um carro, amordaçado e algemado, por alguns minutos, supostamente para confessar participação em uma delação a um grupo rival.”
Segundo os promotores, “em meio a gritos implorando por perdão”, o rapaz alvo das agressões cita o nome de BMW várias vezes, enquanto o traficante “faz piada do sofrimento alheio, debochando da vítima agonizante.”
Uma imagem anexada à denúncia mostra que a tortura estava sendo transmitida em vídeo.

 
  