Coreia do Sul cria força-tarefa no fundo de pensão para flexibilizar hedge cambial
A Coreia do Sul intensificou esforços para reduzir vulnerabilidades no mercado cambial em meio ao enfraquecimento persistente do won frente ao dólar, combinando medidas do setor público com ajustes na estratégia de investimentos do maior fundo de pensão do país.
O Ministério da Saúde e do Bem-Estar anunciou que o Fundo Nacional de Pensões (NPS, na sigla em inglês) irá criar e operar um grupo de trabalho para permitir uma resposta mais flexível à sua “estratégia de hedge cambial”. Segundo o ministério, o objetivo é elaborar medidas detalhadas para garantir a chamada “ambiguidade estratégica” na gestão do hedge, reduzindo riscos associados a movimentos especulativos do mercado.
O comunicado aponta que o grupo será composto por representantes do próprio ministério e da Divisão de Gestão de Recursos do Serviço Nacional de Pensões, e será chefiado pelo primeiro vice-ministro da pasta.
A iniciativa ocorre após o Comitê de Gestão do Fundo avaliar, em 15 de dezembro, que o NPS precisa implementar o hedge cambial “de forma flexível, de acordo com as condições de mercado”.
O grupo consultivo criado pelo comitê foi oficialmente constituído em 18 de dezembro e discutiu o fato de que participantes do mercado têm “antecipado e reagido previamente” às estratégias do fundo, o que acaba expondo o NPS a maiores riscos de flutuação cambial. A partir disso, foram debatidas formas de “execução mais flexível” do hedge.
A preocupação com o câmbio ocorre em um momento de maior volatilidade do won. Segundo a Reuters, Chang Yong-sung, membro do conselho de política monetária do Banco da Coreia (BoK, em inglês), afirmou que “a volatilidade está aumentando nos mercados financeiros e cambiais, com fortes oscilações nos preços das ações e uma fraqueza comparativa do won”.
Chang também alertou para riscos à estabilidade financeira, incluindo pressões no mercado imobiliário.
No relatório semestral de estabilidade financeira, o BoK afirmou que irá “monitorar fatores de risco dentro do sistema financeiro” e “buscar de forma proativa medidas de estabilização do mercado, se necessário”, reforçando que a política monetária seguirá coordenada com instrumentos macroprudenciais.

