Curva desinclina e DI longo cai para menor nível desde novembro após Copom

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A desinclinação na curva de juros continuou no período da tarde desta quinta-feira e a precificação mostra o mercado praticamente dividido entre alta de 25 pontos-base ou manutenção da Selic em junho, justificando o DI curto mais resistente. Já os trechos mais longos caem, visto que o comunicado do Copom alterou o balanço de riscos retirando o termo assimetria, indicando a possibilidade de uma taxa básica menor à frente. O DI para janeiro de 2029, assim, voltou aos níveis que tinha no fim de novembro de 2024.

Às 17h20, a taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 marcava 14,795%, de 14,739%, e o para janeiro de 2027 cedia para 13,980%, de 14,013% no ajuste anterior. O contrato para janeiro de 2029 caía para 13,405%, de 13,541% no ajuste anterior.

“É um ajuste de posições. A parte mais curta da curva tem ajuste para cima, refletindo que o Copom manteve em aberto a próxima decisão de política monetária e indicando que a Selic deve seguir alta por um tempo importante. Já a mais longa se apoia na mudança do balanço de riscos do BC, que retirou o termo assimetria, dando argumentos de que há espaço para ter uma Selic um pouco menor à frente”, avalia a economista-chefe da Mirae Asset, Marianna Costa.

A curva de juros precifica chance perto de 50% de alta de 25 pontos-base na Selic na reunião de junho, mas com viés de baixa, segundo a economista. A maior probabilidade é de manutenção da taxa no nível de 14,75% alcançado na véspera – o que, inclusive, é o cenário base da Mirae Asset.

Pesquisa do Projeções Broadcast desta quinta-feira mostra que a maioria do mercado (24 de 44 casas) prevê manutenção da Selic em 14,75% na reunião do Copom de junho, com uma parcela menor (19) estimando uma última elevação de 0,25 ponto porcentual.

“Chance maior é de que BC tenha pausado a alta da Selic. Consigo decidir melhor com a ata da semana que vem, mas acho que cenário maior é de que tenha parado com o ciclo e que mantenha o juro em 14,75% até o fim de 2025, podendo haver espaço para entrar em ciclo de queda entre dezembro e o início de 2026”, afirma Costa, da Mirae.

Na mesma linha, o economista Gustavo Cruz, da RB Investimentos, menciona que o mercado de renda fixa passa por movimentos de ajuste após o Copom. “Parece que ficou uma dúvida entre alguns investidores, economistas, traders, de se há chance para mais uma alta dos juros”, comenta.

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Estadão

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