Dólar à vista cai pelo 5º dia com pressão do exterior e desinflação local
O dólar opera em queda ante o real e rodava abaixo dos R$ 5,30 há pouco. O mercado conduziu um movimento leve de realização de lucros há pouco, mas sem abandonar o sinal negativo do dólar. Até o momento, a mínima à vista ficou em R$ 5,2813 (-0,49%) e a máxima, a R$ 5,2988 (-0,16%). Nas últimas quatro sessões, o dólar fechou em baixa, acumulando perdas de 1,70% no período.
O ajuste de baixa está sintonizado com a desvalorização externa predominante da divisa americana ante pares principais e moedas emergentes. Há expectativas pelo fim da paralisação do governo dos EUA, possivelmente até sexta-feira após acordo no Senado e necessidade de votação ainda na Câmara. Também está no radar a retomada da divulgação de dados econômicos no país, após o fim do shutdown. As agências dos EUA devem publicar os indicadores de setembro, como o payroll, rapidamente, mas os de outubro e novembro podem não sair antes da reunião do Fomc em 9 e 10 de dezembro.
Investidores avaliam também o IPCA de outubro perto do piso das projeções do mercado e bem abaixo do resultado de setembro (+0,48%). O dado reforça a visão de que a inflação segue controlada e pode levar o mercado a revisar para baixo as projeções da Selic.
Segundo analistas do mercado, a valorização recente do real tem sido sustentada pela desinflação, pelos juros reais elevados no Brasil e pelo fortalecimento das commodities, fatores que atraem fluxo de capital ao País.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,09% em outubro, segundo o IBGE. O resultado ficou ligeiramente acima do piso das projeções (+0,08%). Em 12 meses, a inflação acumulou alta de 4,68%, abaixo da mediana das estimativas (+4,74%). Para 2025, economistas projetam avanço de cerca de 4,5%.
Na ata da reunião da semana passada, o Copom afirmou que a Selic em 15% é adequada para convergir a inflação à meta, desde que seja mantida por um período prolongado. O Banco Central diz optar por incorporar no cenário uma estimativa preliminar do impacto da isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, mas que a projeção “é incerta e será calibrada”. O comitê destacou ainda o ambiente externo incerto e disse que o shutdown nos EUA dificulta avaliar a política monetária do Fed.
O IPC-S subiu 0,23% na primeira quadrissemana de novembro, após alta de 0,14% no fim de outubro, segundo a FGV. A aceleração ocorreu em seis das sete capitais pesquisadas.

