Dólar sobe de olho em aversão ao risco externa e produção industrial

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O dólar sobe nesta terça-feira no exterior e frente ao real em meio à queda da produção industrial brasileira em setembro e dos rendimentos dos Treasuries. Os juros futuros oscilam perto dos ajustes de ontem, em um ambiente de expectativa pela reunião de política monetária do Banco Central, que começa hoje e termina amanhã.

Nos EUA, persistem as incertezas sobre a política monetária do Federal Reserve diante das divergências sobre o rumo dos juros entre integrantes do BC americano e o prolongado shutdown do governo, que já dura 35 dias. Investidores aguardam a fala da vice-presidente de supervisão do Fed, Michelle Bowman.

Ontem, a diretora Lisa Cook disse que o shutdown distorce dados, mas não muda o tom “moderadamente restritivo” da política. A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, considerou adequado o corte da semana passada e mantém “mente aberta” para dezembro. O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou que ainda não decidiu seu voto e que o “limite para novos cortes é mais alto”. Já o diretor Stephen Miran alertou para risco de recessão e defenderá corte de 50 pontos-base em dezembro.

Na véspera da decisão do Copom, o mercado aposta na manutenção da Selic em 15%, mas espera que o Banco Central sinalize o início do ciclo de cortes, possivelmente suavizando o tom do comunicado ao retirar o termo “bastante” da referência à manutenção prolongada dos juros restritivos.

As perdas de mais de 1% do petróleo e de 1,71% do minério de ferro na China também pesam contra as divisas emergentes e ligadas a commodities, como o real.

A produção industrial brasileira recuou 0,4% em setembro ante agosto, segundo o IBGE, mas avançou 2,0% na comparação anual. O resultado mensal ficou em linha com a mediana do mercado. No ano, a alta é de 1,0% e, em 12 meses, de 1,5%, abaixo da mediana esperada (+1,8%). A média móvel trimestral subiu 0,1%.

O IPC-S desacelerou em quatro das sete capitais na quarta quadrissemana de outubro, passando de 0,19% para 0,14%, segundo a FGV.

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Estadão

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