Dólar sobe puxado por exterior antes de falas do Fed e de olho em risco fiscal
O dólar sobe nesta terça-feira, 7, acompanhando a valorização da divisa americana e dos rendimentos dos Treasuries, enquanto investidores avaliam perspectivas econômicas e políticas, mantendo prêmios de risco contidos.
O cenário reflete incertezas econômicas e sobre juros com a paralisação do governo dos EUA pelo sétimo dia, o que impede a publicação de importantes indicadores oficiais do mercado de trabalho (Payroll) e inflação (CPI e PPI) e também cautela fiscal no Brasil.
Contudo, as apostas em novos cortes de juros pelo Federal Reserve neste ano e a expectativa de manutenção da taxa Selic em 15% ao menos até o primeiro trimestre de 2026 ajudam a limitar a pressão sobre o real.
A aproximação entre Brasil e EUA, impulsionada pelo diálogo entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, também gera otimismo, embora a retirada de tarifas e sanções pelo governo Trump ainda seja incerta. No radar estão discursos de vários dirigentes do Fed nesta terça-feira e, internamente, a reunião da comissão mista da MP alternativa ao IOF foi adiada para 15h30.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou como positiva a conversa entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, destacando que deve abrir espaço para cooperação em terras raras e projetos ecológicos, em entrevista à EBC hoje mais cedo.
Na área fiscal, Haddad afirmou que o Congresso tem sido sensível ao corte de privilégios tributários desde 2023 e espera que o Senado aprove em outubro a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil. Ele também ressaltou o apoio ao imposto mínimo para os mais ricos e disse que os acordos com o Congresso avançam “na direção certa”, garantindo um resultado fiscal superior ao dos dois últimos governos.
Na seara de inflação, o IGP-DI subiu 0,36% em setembro, puxado por aumentos nos preços de commodities, após alta de 0,20% em agosto, informou a FGV. O resultado ficou acima do piso das projeções (0,33%) e abaixo da mediana (0,42%). No ano, o índice acumula queda de 1,27% e, em 12 meses, alta de 2,31%.
Os aportes em previdência privada aberta somaram R$ 111,2 bilhões nos oito primeiros meses de 2025, queda de 15,2% sobre 2024, enquanto os resgates subiram 14,3%, resultando em captação líquida de R$ 10 bilhões, recuo de 76,5%.
Os treze brasileiros que integravam a flotilha de ajuda humanitária que havia sido interceptada por Israel, incluindo a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), foram conduzidos até a fronteira com a Jordânia e libertados, informou o Itamaraty por meio de nota.
No exterior, o Banco Mundial elevou sua previsão de crescimento da China para 4,8% em 2025 e 4,2% em 2026, ante 4% anteriormente, enquanto reduziu a projeção da Índia de 6,5% para 6,3% no ano fiscal de 2027, devido à tarifa de 50% aplicada pelos EUA a grande parte das exportações indianas.