Efeitos das tarifas sobre a inflação na UE ainda não podem ser calculados, afirma Lagarde

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A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta quinta-feira, 24, que os “efeitos das tarifas sobre a inflação ainda não podem ser calculados, é complicado”. Em coletiva de imprensa o BCE manter os juros inalterados, ela indicou que a autoridade monetária avaliará “tarifas recíprocas e setoriais contra a UE, mas também sobre outros países”, e destacou que “retaliação da UE é opcional, não parece ser um elemento definitivo”.

Sobre a guerra comercial e seus impactos na inflação da zona do euro, Lagarde também apontou possíveis consequências para a oferta global: “Mudanças nas rotas comerciais podem gerar problemas nas cadeias de oferta”, e acrescentou que “haverá provavelmente gargalos como resultado das tarifas”, o que pode aumentar a pressão inflacionária na União Europeia. “É difícil determinar quão rápido a incerteza global será esclarecida.”

Lagarde também reforçou que a instituição está em “boa posição da política monetária”, com base em diversos dados que apontam para uma trajetória de desinflação. Ela reiterou que “a inflação está em 2% nas perspectivas de médio e longo prazo, e os salários estão em queda”.

Segundo a presidente do BCE, a instituição continua focada na estabilidade de preços e não pretende reagir a flutuações pontuais. “Não vamos sair do caminho por um pequeno desvio da inflação. Nosso foco é o médio prazo.” Ela também comentou que “a inflação ficará abaixo da meta de 2% em 2026, mas por efeitos de base”, e afirmou que “o choque inflacionário está no passado”, embora ainda seja necessário observar os próximo meses.

As previsões de crescimento, segundo ela, seguem positivas. “O crescimento econômico está um pouco melhor ou praticamente em linha com o esperado”, disse. Ao mesmo tempo, Lagarde alertou que o cenário internacional traz novas incertezas, principalmente com relação às tarifas. Ela também reforçou que “as expectativas de inflação continuam fortemente ancoradas”, o que dá confiança ao BCE para manter sua abordagem gradual.

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Estadão

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