Emergências em casa: o que crianças precisam saber para pedir socorro ao Samu

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Ensinar as crianças a ligar para o número 192 e dizer o próprio endereço aos atendentes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) pode ser decisivo em situações críticas e acidentes.

Segundo Brayan Favoretto, coordenador da Central de Regulação de Urgências da SMB Gestão em Saúde, não há uma idade mínima definida para ensinar a pedir socorro. A partir da alfabetização, essa autonomia já costuma ser possível.

Entre os dados essenciais que uma criança deve indicar aos atendentes estão o nome da rua, o número da casa e um ponto de referência. Para facilitar o aprendizado, Favoretto recomenda abordar o tema de forma natural, mencionando, por exemplo, praças ou comércios vizinhos durante trajetos perto de casa.

Quanto mais precisas forem as informações passadas, mais eficiente será o atendimento. Assim, é importante que a criança consiga descrever de forma simples a situação, como a presença de sangramento visível ou se a pessoa está desacordada.

Se a criança costuma ficar sozinha com idosos e pessoas com comorbidades, também é relevante que ela saiba mencionar quais são essas condições.

Para que a criança consiga fornecer as informações com segurança, treinamentos e simulações podem ajudar, diz Favoretto. Nesses momentos, o pequeno pode ser ensinado a reconhecer os números no visor do celular e repetir para os pais ou responsáveis os dados essenciais.

Valéria Bezerra, coordenadora nacional do Curso de Suporte Básico de Vida da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), afirma que há serviços que oferecem treinamento e suporte básico de vida para leigos, inclusive crianças.

“Algumas instituições, como escolas, oferecem treinamentos feitos de forma adequada, que não geram medo e não incentivam telefonemas indevidos”, conta. Nesse sentido, vale a pena consultar a direção da escola e verificar se há algum curso previsto.

Nada de trote

Tão importante quanto ensinar como pedir socorro é orientar sobre o impacto negativo dos trotes nas linhas de emergência, como maior tempo de espera para chegada das equipes aos casos reais, e o uso correto desses serviços.

É fundamental explicar que o 192 deve ser acionado em casos realmente graves, como acidentes domésticos sérios, crises convulsivas, acidentes automobilísticos, queimaduras extensas, afogamentos ou engasgos, e que situações como dor de barriga ou de cabeça, vômitos, entorses e febre não exigem atendimento imediato.

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Estadão

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