FMI corta previsão de alta do PIB do Brasil de 2,2% para 2,0%, sob efeito de guerra comercial
O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou suas projeções para o crescimento do Brasil neste e no próximo ano, antevendo o efeito das tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na economia global. O organismo espera que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avance 2,0% em 2025 e não mais 2,2% como previu em janeiro último. Trata-se de uma desaceleração ainda mais intensa em relação a 2024, quando o País cresceu 3,4%.
Nesse ritmo, o Brasil deve crescer bem abaixo dos seus pares emergentes e em desenvolvimento, que tendem a acelerar o passo e avançar 3,7% neste ano, conforme o FMI. No entanto, o País tende a se expandir acima das economias avançadas, cuja projeção é de alta de 1,4% em 2025, e em linha com a América Latina e Caribe, cuja estimativa é de avanço 2%.
As novas projeções constam do relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês), publicado nesta terça-feira, 22, às margens das reuniões de Primavera do Fundo, que acontecem nesta semana, em Washington, nos EUA.
O FMI também está menos otimista com a expectativa de crescimento do Brasil em 2026. O organismo espera que a atividade doméstica mantenha o ritmo de expansão de 2,0% no próximo ano, e não de 2,2% como estimava inicialmente.
O Brasil ficou no grupo dos países menos afetados pelo tarifaço de Trump, com uma alíquota de apenas 10%. No entanto, economistas têm alertado para os efeitos de um mundo mais adverso no PIB local.
Inflação e desemprego
Por sua vez, a inflação no Brasil deve se agravar mais. O FMI espera que o índice de preços ao consumidor (IPCA) alcance 5,3% neste ano contra 4,4% em 2024. Já para 2025, o Fundo vê o indicador retrocedendo a 4,3%.
Em um cenário de menor crescimento e maior inflação, o desemprego no Brasil deve aumentar, alerta o organismo, com sede em Washington, nos EUA. O FMI vê o indicador em 7,2% neste ano e 7,3% no próximo. Em 2024, o índice de desemprego no Brasil era de 6,9%.