FMI defende ação de países por equilíbrio das contas públicas e alerta para impacto de tarifas

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) defendeu nesta terça-feira, 29, que os países adotem medidas coordenadas para restaurar a confiança na economia global e garantir a sustentabilidade das contas públicas, em meio a tensões comerciais ainda elevadas.

Em atualização do relatório Perspectivas da Economia Mundial (WEO, na sigla em inglês), o fundo afirmou que os bancos centrais devem ajustar suas políticas monetárias de acordo com o impacto de tarifas em cada país. Nos países que impuseram tarifas, os BCs enfrentam “um difícil trade-off entre proteger o setor real e evitar que o aumento pontual dos preços se torne inflação persistente”. Já nos países mais afetados pelas consequências indiretas das tarifas, a resposta pode envolver cortes graduais nos juros, diante de uma “queda da demanda”.

Para lidar com distorções no comércio global, o FMI defende “cooperação pragmática” entre os países, com foco em reformas multilaterais e acordos regionais ou bilaterais. Nessas negociações, o objetivo deve ser a redução de barreiras ao comércio e ao investimento, desde que isso não aumente tensões com outros parceiros.

Diante da incerteza elevada no cenário internacional, o Fundo sugere o uso de análise de cenários e planos de contingência. Para aliviar os impasses econômicos no médio prazo, defende reformas estruturais em áreas como mercado de trabalho, educação, regulação e tecnologia, “incluindo a digitalização e a adoção da inteligência artificial (IA)”.

O FMI também alertou para os riscos de políticas industriais amplas, como subsídios a exportações, que “podem ser dispendiosas” e causar distrações. Para evitar desperdício de recursos, o ideal seria que essas políticas fossem “estreitamente direcionadas para resolver externalidades e falhas de mercado bem identificadas”.

Na área fiscal, o fundo recomendou medidas voltadas à “restauração do espaço fiscal e à sustentabilidade da dívida pública”, com reformas que aumentem a arrecadação, tornem os gastos mais eficientes e incentivem o investimento privado.

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Estadão

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