Haddad diz que Brasil precisa ter capacidade de processar dados sensíveis
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a dizer nesta segunda-feira, 4, que o Brasil precisa ter capacidade de processar seus dados mais sensíveis. Sempre defendendo a soberania do País, ele citou dados da Receita Federal, dos bancos, da saúde pública, do SUS. “Tudo isso é muito sensível e nós temos que ter capacidade de processamento aqui. Então há uma gama de setores em que interessa ao Brasil uma parceria com os Estados Unidos”, disse em entrevista à Bandnews.
Outra coisa importante, segundo Haddad, “é que nós não queremos que só a China, ou agora com a União Europeia invista no Brasil”. “Nós queremos que os Estados Unidos invistam também. Nós somos um país grande demais para servir de satélite de um bloco econômico, seja asiático, europeu ou estadunidense. Nós precisamos diversificar cada vez mais. Não é por outra razão que o presidente Lula insistiu tanto no acordo com a União Europeia, que está para ser selado até o final desse ano, com grandes vantagens para as duas regiões, para que não haja justamente o fim do multilateralismo”, pontuou.
Para ele, com a diversificação dos investimentos, o mundo será mais rico. “Tão mais próspero quanto mais multilateral ele for, quanto mais oportunidade for distribuída do ponto de vista geográfico, para que as regiões todas tenham oportunidades, para que o mundo todo tenha condições de prosperar, sem que os fluxos migratórios sejam tão intensos em busca de oportunidades econômicas, para garantir efetivamente uma democratização das oportunidades econômicas por um planeta que hoje está estressado pela crise climática”, disse Haddad.
De acordo com o ministro, há muita coisa a se fazer com os Estados Unidos. Ele disse também que o Brasil não tem que se afastar de um parceiro de 200 anos e que os EUA que precisam compreender que o Brasil deseja parcerias, mas não na condição de satélite, não na condição de colônia, mas na condição de país soberano, que tem interesse em parcerias com todo o planeta.