Ibovespa atinge inéditos 154 mil pontos por fluxo externo, mas perde força com NY
O Ibovespa alcançou nesta quinta-feira, 6, pela primeira vez, o nível dos 154 mil pontos. Em mais uma máxima histórica, alcançou 154.352,25 pontos, em alta de 0,69%, há instantes, mas logo perdeu força.
“A redução de juros nos Estados Unidos é o que tem ajudado. Só é preciso tomar cuidado, é importante criar alguma proteção. A reversão pode acontecer”, diz Pedro Cutolo, estrategista da ONE Wealth Management.
A valorização ocorre apesar do viés de baixa das bolsas de Nova York e após o tom conservador do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), na interpretação de analistas. Ao decidir deixar a taxa Selic em 15% ao ano ontem, conforme o esperado e de forma unânime, o colegiado manteve no texto a frase sobre manter a taxa no nível atual por um “período bastante prolongado.”
A expressão tende a dificultar as apostas em relação ao início do ciclo de queda da Selic, o que pode gerar expectativa de desaceleração da atividade, mas manter a atratividade do investidor estrangeiro no Ibovespa, que ainda tem ações consideradas “baratas” por especialistas.
Na avaliação de Thiago Lourenço, economista e operador de renda variável da Manchester Investimentos, o principal indicador da B3 vem subindo “estranhamente” forte, por um fluxo que está neste momento desconectado de temas como política monetária e fiscal doméstica. “Vemos o capital estrangeiro fazendo um movimento em nível global. Um fluxo mais como estratégia de alocação”, diz Lourenço, acrescentando que isso se deve principalmente ao início do processo de afrouxamento monetário nos EUA, em setembro.
Por ora, Cutolo, da One, diz não ver um catalisador de reversão deste quadro de avanço do Ibovespa. “Difícil estabelecer até onde vai”, afirma.
No início da noite da quarta-feira, o Copom manteve a Selic em 15% ao ano pela terceira vez, maior nível dos últimos 20 anos, também como era esperado, mas com uma comunicação lida como dura, sem indicação de quando o processo de afrouxamento se iniciará.
Neste sentido, frustrou muitas expectativas, inclusive na véspera o Ibovespa emplacou a 11ª sessão e fechou com alta de 1,72%, aos 153.294,44 pontos, nível inédito, embalado na espera de um comunicado leve, que indicasse quando a Selic poderia começar a cair. O que não aconteceu.
“A indicação de que a política monetária se manterá restritiva sugere que o trabalho do Banco Central está surtindo efeito, em meio ao processo de desinflação. O mercado vê isso com bons olhos”, avalia Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3.
Para Rodrigo Salvador, sócio da Opensolo, a decisão do Copom reflete uma postura de cautela justificada pelo balanço de riscos para a inflação. Segundo ele, embora o cenário recente mostre uma desinflação mais acentuada do que a esperada, beneficiada pelo câmbio e pela desaceleração em serviços, as expectativas de inflação para 2025 e 2026, segundo o boletim Focus, permanecem fora da meta de 3%. “A manutenção de um tom de vigilância no comunicado é essencial para ancorar as expectativas e garantir que o custo da desinflação não seja prolongado”, avalia.
Apesar da queda do petróleo, as ações da Petrobras sobem. A empresa divulgará seus números após o fechamento do mercado brasileiro. A expectativa é de queda de 30,5% em seu lucro líquido, conforme levantamento feito pelo Prévias Broadcast. Para a Suzano, a expectativa é de lucro 21% menor que em 2024. Suzano caía 0,29% por volta das 11h30.
Entre os números já informados, estão Axia (antiga Eletrobras). A companhia encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 2,176 bilhões, uma queda anual de 68%. As ações subiam em torno de 3%. Já a Minerva registrou lucro líquido de R$ 120 milhões no terceiro trimestre, alta de 27,6% ante igual período de 2024. Os papéis cediam 8,63%.
Em meio ao recuo de 0,65% no valor do minério de ferro hoje em Dalian, na China, as ações ligadas ao setor caem. CSN caía 3,33%, mas Vale virava para o positivo (0,32%), enquanto as de grandes bancos tinham sinais divergentes moderados.
Entre os números já informados, estão Axia (antiga Eletrobras). A companhia encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 2,176 bilhões, uma queda anual de 68%. Já a Minerva registrou lucro líquido de R$ 120 milhões no terceiro trimestre, alta de 27,6% ante igual período de 2024.
Às 11h30, o Ibovespa subia 0,30%, aos 153.760,96 pontos, após mínima a 153.273,50 pontos (-0,01%), nível perto da abertura.

